[Livro] Insônia, Stephen King

O que dizer sobre Insônia? Acredito que posso dizer que ele é fantástico, uma das melhores histórias que eu já li na minha vida e o livro que me apresentou o autor que hoje é sem dúvida o meu favorito (além de ser um dos maiores livros que eu já li no quesito número de páginas).

A história gira em torno de um aposentado chamado Ralph Roberts que vive tranquilamente em uma cidade pacata no estado do Maine, EUA. Tudo muda depois que a esposa de Ralph morre e ele simplesmente começa a passar mais tempo em claro até chegar ao ponto em que ele não consegue nem ao menos tirar um rápido cochilo para recuperar as energias (daí deduz-se o porque do nome do livro). 

Agora você vira pra mim e pergunta: Cara, que porcaria de história é essa, você está louco classificar uma história dessas com quatro estrelas e chamar de fantástica? E eu te respondo, talvez.

Mas Stephen King não ia escrever um livro assim apenas e a história começa a ficar boa a partir da página 250 ou 300 (é precisa fazer uma forcinha até a história engrenar e começar a ficar interessante). A história começa a ficar boa quando duas coisas acontecem: a primeira são os eventos de uma "hiper-realidade" ou "outra dimensão" que começa a "surgir" em torno de Ralph com eventos mais do que estranhos e bizarros e os assustadores doutorezinhos carecas (parecem ridículos com um nome desses, mas são sensacionais e me lembram da música Brain Damage da banda Pink Floyd) e o outro acontecimento é o aparecimento de Lois Chasse, uma "amiga" de Ralph e que está passando os mesmos problemas que o velho senhor.

O "anti-herói" do livro são dois em um, Ed Deepneau e o outro eu não vou falar para não estragar a surpresa de quem for ler já que ele só vai aparecer nas páginas finais do livro como a grande mente do mal.

Outro fato interessante é que o livro tem ligação com o final da monstruosa série A Torre Negra.

O livro é muito bem escrito (qualidade King) e o grande problema é o começo que realmente demora para "engrenar" por ser algo muito arrastado com algumas coisas que eu até achei desnecessárias ou repetitivas, mas depois de certo ponto isso muda, como eu já disse, e o livro realmente te deixa com insônia, pois você vai querer lê-lo até o fim para saber como tudo acaba.

Minha única contra-indicação neste livro é para pessoas que não tem paciência de ler um livro muito grande ou que não tem paciência de ler algo meio maçante mesmo sabendo que o livro vai melhorar. Para as outras pessoas eu recomendo muito este livro.

[Livro] O Pacto, Joe Hill



Até agora eu estou tentando entender direito qual a minha reação quanto a este livro e não eu não falo isso só pra começar com uma frase legal, de efeito ou algo assim, o caso é que eu realmente não sei muito bem como classificar esse livro e por isso demorei mais de um mês até decidir fazer a resenha sobre ele.

Antes de comprar o livro eu já tinha dado aquela lida na resenha e "namorado" um pouco ele, mas não foi tão fácil de começar a ler ele depois que eu o comprei devido ao simples fato de que eu tinha acabado de terminar uma série enorme de livros e ainda estava muito dentro daquela história, mas por algum motivo o livro me chamava para que eu o tirasse da estante e começasse a lê-lo e assim eu comecei a ler O Pacto.

O primeiro ponto positivo e ao mesmo tempo negativo (é confuso, eu sei) o autor já joga direto em cima de você o que está acontecendo. Ig (não, não é o site, é o apelido do personagem) acorda depois de uma noite de bebedeira com aquela ressaca maldita e descobre que tem chifres. É simples assim, não existe um prólogo ou uma "pré-história", logo na primeira página você lê isso. E isso é ótimo, porque não existe a famosa "encheção de linguiça" que tantos livros trazem e que tornam os começos de livros um marasmo, mas ao mesmo tempo é horrível porque é como se você simplesmente aterrissasse no meio da história já sem conhecer nenhum personagem, não tem envolvimento com a sua história e nem nada.

O livro é dividido em capítulos curtos e que fazem com que o livro seja dinâmico, enquanto vai alternando entre a história presente de Ignatius Perrish (é sério, eu quase desisti da história só por causa desse nome horrível do personagem central) e o problema com os chifres que cresceram misteriosamente em sua testa (não, ele não é corno) e que faz com que as pessoas não consigam mentir para ele, sempre dizendo as terríveis verdades que passam em suas mentes e as deixando levemente sugestionáveis, e a história de seu passado, como conheceu seu grande amor, Merrin, ainda na infância, cresceu com ela, viveu aventuras com seu amigo Lee e seu irmão Terry, até se tornar o principal suspeito de assassinato de Merrin e sua vida ir pela descarga. Apesar do nome horrível, Ig acaba tendo muito carisma (acho que é o único personagem com verdadeiro carisma no livro, Lee e Marrin até conseguem ser bons personagens, mas nada demais) principalmente quando a história toda dele começa a ser contada, ele é o famoso tipo bom moço (as vezes até demais) e é essa bondade que acaba dando o contraste tão forte que o livro nos trás de bem e mal, afinal Ig sempre fora um bom moço (ou não) e agora era o diabo (ou não).

Além da história que te envolve aos poucos sem que você nem ao menos se dê conta, o livro também trás a questão filosófica sobre bem e mal, Deus e o Diabo, certo e errado, principalmente com um final tão imprevisível (pelo menos de certa forma) e até de certa forma meio politicamente incorreto e polêmico como mamilos. 

Recomendo demais O Pacto (o livro, não que você venda sua alma na encruzilhada nem nada disso), é um excelente livro que pode te fazer parar para pensar um pouco sobre algumas "verdades" de sua vida. Só não recomendo para religiosos fervorosos, por motivos meio óbvios.

História do Rock #49: Nickelback


Essa semana o História do Rock vem com uma banda que muitos só conhecem pelas músicas "bonitinhas" mas hoje estou aqui para lhes mostrar que eles tem muito mais do que só músicas assim. Hoje a História do Rock é com os canadenses do Nickelback.

A banda surgiu no ano de 1995 no Canadá, na cidade de Hanna, quando o então jovem vocalista Chad Robert Turton Kroeger (cara eu tenho que lutar para não escrever Krueger nesse nome) chamou seu irmão Michael Douglas Henry Kroeger, conhecido só como Mike Kroeger, que tocava baixo, para formar uma banda. Para completar a banda eles chamaram seu primo Brandon Kroeger para tocar bateria e seu amigo Ryan Anthony Peake, responsável pelos vocais de apoio e pela guitarra principal da banda. Assim estava formada a banda Village Idiots.

Sim, o nome original do Nickelback era Village Idiots e inicialmente a banda como toda banda iniciante se apresentava basicamente apenas com covers de outras bandas, como Led Zeppelin e principalmente Metallica do qual os membros sempre foram fãs declarados. 

Fato interessante: Eles decidiram mudar o nome da banda ainda no final de 1995 ou começo de 1996 alterando o nome para Nickelback. As histórias contam que a ideia veio de Mike que trabalhou um bom tempo no Starbucks e sempre que ia levar o troco para os clientes dizia "Here's your nickel back" (algo do tipo, aqui está seu troco). PQP. Tá eu entendo que é difícil achar um nome bom para uma banda mas meu, sério isso? Essa história ai não é zoeira dos caras só não? Produção é isso mesmo? Tá bom então, ok.

A banda que passou o ano de 1996 se apresentando decidiu gravar sua primeira demo nesse mesmo ano com seus próprios recursos. Na verdade, com recursos do padrasto de Chad e Mike que emprestou 4 mil dólares para eles gravarem sua demo. Intitulada de "Hesher", o EP tinha sete músicas sendo a mais conhecida destas a música Fly. Ainda no mesmo ano eles também lançaram um álbum com seus recursos (o novo papi deu 4 mil então vamos torrar hehe). Intitulado de "Curb" o álbum tinha 12 faixas, incluindo a "Fly" que estava no EP da banda e não teve muito destaque (mas seria muito importante alguns anos a frente).

Em 1997 a banda passa pela primeira mudança na formação com a saída de Brandon Krueger e a entrada de Mitch Guindon. Assim a banda se manteve até 1998 quando Mitch decidiu sair da banda depois de ter achado um emprego em uma fábrica de automóveis (huehuehuehue se ferrou, achou que a banda não tinha futuro). Com isso a banda chama o baterista Ryan Vikedal.

Fato interessante: A única posição da banda que já trocou de membros até hoje foi exatamente na posição de baterista, sendo todos os outros membros os membros originais da banda.

O álbum que a banda gravou em 1996 só foi dar frutos em 1998, quando um produtor de uma gravadora finalmente ouviu e se interessou pelo som da banda. Ele então viajou até Vancouver para ver uma apresentação da banda ao vivo e ali teve a certeza de que tinha que contratar aquela banda. Histórias dizem que ele passaria os próximos 3 meses tentando convencer os seus chefes da gravadora para assinarem com o Nickelback. No final de 1998 a banda finalmente consegue seu primeiro contrato com uma gravadora.



A banda passou o ano seguinte gravando seu primeiro álbum com a gravadora (o segundo álbum da banda) e este foi lançado só no ano de 2000. Intitulado de "The State" o álbum conseguiu uma atenção muito maior do que seu álbum independente (por que será né?). Os singles do álbum foram "Leader of Men", "Old Enough" e "Breathe" que apresentaram o Nickelback ao público americano e iniciou o sucesso da banda.

A banda voltou para estúdio em 2000 para começar a gravar seu novo álbum e este sim seria um verdadeiro sucesso da banda. "Silver Side Up" foi lançado em 2001 e trouxe verdadeiros hinos da banda como "Too Bad", "Hero" (que estava no filme do Homem Aranha), "Never Again" e uma das músicas mais conhecidas da banda, que rendeu 4 Grammy's e 4 prêmios da Billboard (além de diversos outros prêmios) a música "How You Remind Me". A música foi eleita a mais tocada nas rádios americanas no ano de 2002 (até aqui no Brasil ela tocou até encher o saco, eu era piquetuxo mas eu lembro). O melhor de tudo é que "How You Remind Me" foi escrita no intervalo de 15 minutos entre uma sessão de gravação de outra da banda (e eu aqui levando quase um mês para conseguir escrever uma música meia boca hehe).

Fato interessante: A data de lançamento do álbum foi exatamente o dia 11 de setembro de 2001, mesmo dia em que o atentado as Torres Gêmeas aconteceu.

"Silver Side Up" é claro que teve vendas astronômicas conseguindo 5 discos de platina nos EUA, mais 3 no Reino Unido, 8 no Canadá e um total de mais 10 ao redor do mundo (sei lá, eu só acho que o produtor que insistiu para que a gravadora assinasse com a banda foi promovido a diretor da gravadora depois dessa).

É claro que com um sucesso desses nem a gravadora nem a banda queriam perder tempos parados e logo depois da turnê do álbum a banda voltou para o estúdio para começar a gravar o novo trabalho.

Em 2003 foi lançado "The Long Road" e é claro que foi muito impulsionado pelo sucesso do álbum anterior então já chegou nas lojas vendendo tudo. O álbum tinha um som levemente mais pesado que o álbum anterior e letras mais "emotivas", uma combinação que agradou muita gente. "Someday", "Another Hole in the Head" e "Because of You" são três das músicas mais famosas do álbum, com um destaque muito maior para "Someday" que realmente tocou muito nas rádios. O álbum já vendeu mais de 9 milhões de cópias ao redor do mundo.

Mais uma turnê mais uma vez a banda já emendou direto para o estúdio, apenas com uma mudança com a saída de Ryan Vikedal e a entrada de Daniel Adair.

Para quem achou que os dois álbuns anteriores da banda tinham muitas músicas de sucesso é porque não sabe do novo quinto álbum da banda. 

"All the Right Reasons" foi lançado em 2005 e só na sua semana de estréia nos EUA vendeu mais de 300.000 cópias. O álbum trazia músicas como "Photograph", "Animals", "Savin Me", "Far Away" e "Rockstar" como destaques (fraquinho o álbum né?). Além disso o álbum ainda fazia uma homenagem a Dimebag Darrel (ex-guitarrista do Pantera morto com um tiro dado por um "fã" do Pantera durante um show) com a música "Side of a Bullet", que conta com um solo gravado por Dimebag antes de sua morte e cedido pelo seu irmão, Vinnie Paul, para o Nickelback. Ainda é pouco? A banda ainda gravou um cover da música "We Will Rock You" da banda Queen, estando essa música nas faixas bônus do álbum. Acho que deu para entender que o álbum tava mais ou menos né? Ah, o álbum também ganhou o prêmio do American Music Awards como melhor álbum pop/rock, desbancando o Stadium Arcadium do Red Hot Chili Peppers.

Fato interessante: Já que eu mencionei o cover de "We Will Rock You", vou aproveitar e falar sobre os outros covers da banda que também são muito extremamente bons e geralmente são feitos ao vivo. Músicas como "Sad But True" (Metallica), "Sharp Dressed Man" (ZZ Top) são os vídeos que vocês vão encontrar mais facilmente no youtube, mas até cover de "Highway to Hell" (AC/DC) a banda já fez ao vivo. E na boa, nunca vi uma banda para fazer covers tão bons como Nickelback.



Depois de três anos, uma turnê e um pequeno descanso a banda lançou seu novo álbum "Dark Horse". Considerado um álbum mais maduro e pesado da banda. Demorou cerca de três semanas para conseguir seu primeiro certificado de platina nos EUA. "Burn it to the Ground", "Something in Your Mouth" e "Gotta Be Somebody" são as músicas de maior destaque do álbum que acabou recebendo críticas mistas, umas sendo bastante favoráveis e outras nem tanto (é o que acontece quando você lança um álbum depois de algo como o "All the Right Reasons", as pessoas acham que é fácil fazer um álbum desses).

No começo de 2010 a banda confirmou que a banda estava trabalhando em um novo álbum, mas este só foi lançado em 2011. 

Intitulado de "Here and Now" o álbum foi lançado em novembro de 2011 e acabou sofrendo com os mesmo problemas de "Dark Horse", a sombra do "All the Right Reasons". Muitos elogiaram o trabalho da banda falando que tinha um som incrível e maduro, enquanto outros diziam que não se equiparava com o som da banda lá de 2005 (besteira isso). Mesmo com as críticas o álbum chegou às posições mais altas nas paradas no Canadá, EUA e Reino Unido (esses dois últimos álbuns mostraram que o Nickelback é muito mais do que só uma banda com músicas "bonitinhas" na minha opinião e quem só gosta das músicas "bonitinhas" acaba não gostando tanto do som um pouco mais pesado da banda). "This Means War", "Bottoms Up", "When We Stand Together" e "Lullaby" são as músicas que mais fizeram sucesso no novo álbum da banda. 

Em 2013 a banda finalmente veio para o Brasil pela primeira vez, se apresentando no Rock in Rio e abrindo os shows para o Bon Jovi, estão humildes ainda abrindo shows, (sendo que eu morri de inveja do outro autor aqui do blog, Fabiano Santiago, que foi no show do Bon Jovi de novo e ainda viu o Nickelback de brinde, na boa a gente é amigo mas o cara não compra uns ingressos desses pra mim ai fica difícil manter a amizade hehe).

Em novembro de 2013 a banda lançou seu primeiro Greatest Hits, intitulado de "The Best of Nickelback Volume 1", com 19 de seus maiores sucessos da carreira até o último álbum da banda (é algo orgásmico para os fãs). Além disso a banda também confirmou a intenção de lançar um novo álbum nesse ano de 2014 (então estamos no aguardo).

E por aqui fica mais um História do Rock, com mais uma banda sensacional (que eu não sei porquê de eu ter demorado tanto para escrever sobre eles). Uma banda que com certeza embalou muitos relacionamentos com suas músicas românticas mas que também tem a capacidade de fazer a platéia pular com suas músicas mais pesadas. Esse é o Nickelback.

Se gostou, tem dúvidas, sugestões, reclamações ou pedidos para fazer para as próximas edições do História do Rock é só deixar aqui nos comentários.

História do Rock #48: The Doors


Mais uma semana com o História do Rock aqui para contar mais uma história do rock pra vocês. A banda escolhida hoje é o The Doors.

Tudo começou em 1965 quando James Douglas Morrison (conhecido como o famoso Jim Morrison) encontrou Raymond Daniel Manzarek (Ray Manzarek) na Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA, onde os dois estudavam. Depois de algum tempo de conversa Jim disse que tinha algumas músicas que ele havia composto e Ray insistiu para que Jim as mostrasse para ele. Ray ao ouvir as músicas ficou impressionado e não perdeu tempo em querer montar uma banda com Jim. 

Manzarek conhecia outros dois músicos que ele recrutou para a banda, sendo eles  John Densmore e Robby Krieger, completando assim a formação daquela que seria uma das maiores bandas da história.

Fato interessante: O The Doors ao contrário da maioria das bandas de rock não possuía o contrabaixo na sua formação já que contava com Jim Morrison nos vocais e gaita, Ray Manzarek nos teclados e órgão, Jon Densmore na bateria e Robby Krieger na guitarra. Em suas apresentações ao vivo quem fazia o som do baixo (ou a base do baixo) era Ray que mantinha essa base com a mão direita em um teclado enquanto a mão esquerda tocava o teclado de fato. Já em estúdio a banda sempre convidava diversos músicos para gravarem as faixas do contrabaixo em seus álbuns.

A banda gravou sua primeira demo em 1965 com seis músicas próprias e que fez um grande sucesso na região onde eles tocavam.

A partir do ano de 1966 a banda começou a fazer suas apresentações mais frequentemente por bares e clubes da região até que um dos produtores de uma gravadora ficou sabendo de uma certa banda que tinha um som sensacional ao vivo. Depois de assistir duas apresentações da banda ele decidiu apresentar uma proposta de contrato para a banda que é claro aceitou a oferta.

Em poucos dias entre agosto e setembro daquele ano o Doors já tinha todo o material pronto para lançar seu primeiro álbum que foi lançado na primeira semana de 1967.

Intitulado apenas como "The Doors" o álbum é considerado por muitos críticos como um dos melhores álbuns de estréia de uma banda de rock. O álbum tinha músicas clássicas como "Light My Fire" e "Break on Through (To the Other Side)", além da gigantesca "The End" e seus mais de 11 minutos. O número de vendas do álbum passa dos 10 milhões de cópias vendidas apenas nos EUA.

Em maio daquele ano a banda fez sua estréia na televisão gravando uma versão de "The End" para a CBC.

Fato interessante: Em setembro de 1967 a banda se apresentou em um dos mais importantes programas televisivos daquela época (e da história também, porque não) o "The Ed Sullivan Show" que era um programa que fazia praticamente todos que lá apareciam famosos. O problema é que teve problema com Jim Morrison. A CBS queria que Jim cantasse uma parte da letra de "Light My Fire" de forma diferente, ou seja, censurada. Jim concordou com a mudança nos bastidores mas na hora da apresentação ele cantou a letra original da música no programa ao vivo o que irritou Ed Sullivan profundamente fazendo com que ele dissesse que o The Doors nunca voltaria a aparecer em seu programa. Quando questionado sobre o que achava sobre essa reação de Ed Sullivan, Jim Morrison teria respondido: "E daí? Nós já tocamos no programa uma vez" (HADOUKEN!!!).



Em outubro de 1967 a banda lançou seu segundo álbum: "Strange Days". Ele não foi tão aclamado pela crítica como o primeiro álbum da banda, mas mesmo assim foi muito elogiado e teve ótimas vendas, com mais de 7 milhões de cópias vendidas nos EUA. Duas das maiores músicas da banda estão neste álbum, "People Are Strange" e "Love Me Two Times", além de outra gigantesca música com quase 11 minutos, a "When the Music's Over".

O sucesso da banda para muitos acabou prejudicando o Doors e sua espontaneidade em cima do palco, por causa do uso da imagem da banda em revistas adolescentes e o status de Jim Morrison como Sex Symbol. Além disso Jim começava a ter problemas com álcool nessa época.

Em 1968 veio o terceiro álbum da banda, "Waiting for the Sun", que é o primeiro da banda a chegar a primeira posição na Billboard 200 e também teve o single "Hello, I Love You" na primeira posição da Billboard Hot 100. Sem dúvida esse single foi um dos maiores sucessos deste álbum, que ainda contava com "Not to Touch the Earth" (inspirada no poema "Celebration of the Lizard" do próprio Jim), "Five to One" e "Love Street".

Apesar do sucesso de vendas do álbum a crítica não perdoou a banda e os acusou de estarem se vendendo ao sair do seu som original para fazer músicas mais comerciais (olha infelizmente eu vou ter que concordar dessa vez, porque esse terceiro álbum não chega nem aos pés dos dois primeiros álbuns da banda).

Fato interessante: O maior sucesso do álbum, "Hello, I Love You" foi acusado de ser uma cópia do sucesso "All Day and All of the Night" da banda The Kinks. Para mostrar isso, o guitarrista do The Kinks várias vezes tocava pedaços da "Hello, I Love You" nos shows da banda quando estavam tocando a música "All Day and All of the Night" (realmente lembra um pouco a música do The Kinks, principalmente pelos vocais).

Nessa época a banda também saiu dos EUA pela primeira vez para se apresentar na Europa.



Fato interessante: Em 1º de março de 1969 o The Doors iria se apresentar no Dinner Key Auditorium em Miami e Jim Morrison havia passado o dia todo bebendo. O teatro estava completamente lotado com estimativas de cerca de 13.000 pessoas lotando o lugar. A banda subiu no palco e Jim Morrison teria dito: "O que vocês querem, façam!" e teria mostrado o seu "pingulinho" para todos ali. Jim acabou preso depois do show por obscenidade e a banda começou a confrontar seu frontman sobre seu problema com álcool depois deste episódio.

Mais um fato interessante: Jim era sempre quem mais tinha destaque dentro da banda, mas ele sempre quis que todos dentro da banda tivessem o mesmo reconhecimento e chegou a se recusar a entrar no palco uma vez quando foram anunciados como "Jim Morrison e o The Doors", fazendo com que o anúncio fosse refeito apenas como "The Doors".

Em julho de 1969 veio o quarto álbum da banda "The Soft Parade" que tem um dos sons mais experimentais do The Doors, contando inclusive com arranjos de trompetes e saxofone em algumas músicas. "Touch Me", "Runnin' Blue" e "Tell All the People" foram os destaques deste álbum que assim como o anterior foi muito criticado pelo afastamento da banda de seu som original.

Em 1970 um álbum da banda voltaria a fazer sucesso. O "Morrison Hotel" que trazia um dos maiores sucessos da banda a música "Roadhouse Blues" e apresentava um som inspirado no Blues durante grande parte das músicas. O álbum foi elogiado pela crítica em geral.

Fato interessante: Jim abandonava a fama de sex symbol nessa época e deixava a barba crescer e engordava bastante.

Em 20 de setembro daquele ano Jim Morrison foi condenado a oito meses de prisão por exposição indecente, mas Jim acabou pagando a fiança e saindo.

Em 1970 também foi lançado o primeiro álbum ao vivo da banda o "Absolutely Live" que foi gravado em um dos shows da turnê da banda. E ainda em 1970 foi lançada a primeira compilação de sucessos da banda, intitulado de "13", pelo fato de ter exatamente 13 faixas.

Nesse ponto o problema de Morrison com o álcool já estava bastante ruim o que complicou as gravações do novo álbum da banda, levando várias semanas para que ficasse pronto.

Finalmente em Abril de 1971 o The Doors se redimiu de vez com o lançamento de "L.A. Woman", um dos maiores clássicos da banda e considerado por muitos como o melhor álbum do Doors. "Love Her Madly" e "Riders on the Storm" são dois dos maiores clássicos da banda que são tocados até hoje em diversas rádios pelo mundo. O estilo do álbum é algo mais voltado para o blues assim como o "Morrison Hotel" que tinha agradado tanto os fãs e crítica.

Depois do lançamento do álbum Jim decidiu tirar férias e ir para Paris com sua namorada. 

Fato interessante: A última gravação ainda com vida de Jim foi feita em Paris, quando ele encontrou dois músicos de rua em um bar e os convidou para ir com ele para um estúdio tocar. O resultado foi lançado só em 1996 chamado "The Lost Paris Tapes". 

Em 3 de julho de 1971 Jim Morrison foi encontrado morto na banheira de seu apartamento. Até hoje não se tem certeza de como o vocalista teria morrido, sendo a causa mais provável um ataque cardíaco. Existem teorias que também dizem que ele teria morrido em um clube noturno e sido levado para seu apartamento para não levantar suspeitas ou ainda que ele teria simulado a sua morte e fugido para um lugar isolado para fugir da fama (e está morando junto com Elvis Presley provavelmente né).



Jim foi um dos primeiros a entrar na tradição do 27, morrendo aos 27 anos assim como Janis Joplin, Kurt Cobain e mais recentemente Amy casa de vinho.

Depois da morte de Jim o restante da banda cogitou a ideia de substituir o vocalista por um novo (seus insensíveis), surgindo boatos de que o novo vocalista seria Iggy Pop, o que não aconteceu. Ao invés disso Krieger e Manzarek assumiram os vocais da banda lançando ainda mais dois álbuns que não tiveram praticamente destaque algum e baixíssimas vendas, o "Other Voices" e "Full Circle".

Em 1978 foram encontradas algumas sessões de poesia de Jim feitas em 1970 o que originou um novo álbum do The Doors, com Jim Morrison de novo. Intitulado "An American Prayer" o álbum teve boas vendas mas até hoje os críticos não entraram em um acordo sobre a qualidade do álbum e suas poesias consideradas por muitos como estranhas.

Em 1985 foi lançado o "The Best of The Doors" para ganhar um pouco de dinheiro em cima dos fãs com uma compilação dos 19 maiores sucessos da banda. 

Em 1991 foi feito o filme "The Doors" que contava com Val Kilmer no papel de Jim Morrison (Batman interpretando Jim Morrison \m/). O filme foi bastante elogiado pela crítica, mas Krieger e Manzarek não gostaram muito de como Jim foi representado, afirmando que o diretor fez com que o cantor parecesse um sociopata descontrolado e que Jim não era daquele jeito (eu não assisti o filme, então não posso opinar, mas se alguém já assistiu e quiser falar dele comenta ai embaixo).

Em 1993 a banda foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame e se apresentou com Eddie Vedder (Pearl Jam) nos vocais cantando "Light My Fire" e "Break on Through".

Desde o meio da década de 1980 até hoje em dia diversas compilações de sucessos da banda foram lançadas assim como diversos Lives e eu não vou citar todos porque são todos de certa forma iguais e feitos apenas para arrancar dinheiro dos fãs da banda. 

A partir dos anos 2000 Krieger e Manzarek se reuniram para tentar manter o nome do The Doors vivo contando com diversas participações especiais nos vocais e bateria, mas Densmore acabou processando a banda por uso do nome The Doors. Ele perdeu a causa mas a família de Jim Morrison acabou se juntando com Densmore em um segundo processo e Krieger e Manzarek tiveram que abandonar o nome "The Doors of the 21st Century" que vinha usando, reduzindo para "D21C" e mudando depois para "Riders on the Storm" (eu particularmente acho errado isso ai, os caras fizeram o nome do The Doors e tem tanto direito como Densmore ou a família de Jim de usar o nome The Doors, mas enfim né).

Em abril de 2010 foi lançado o documentário "When You're Strage" que conta a história da banda e é narrado pelo ator Johnny Depp.

Em 20 de maio de 2013 morre o segundo integrante do The Doors, o tecladista Ray Manzarek devido a um câncer que o músico tinha. Manzarek morreu aos 74 anos de idade.

E assim termina a história do The Doors, uma das maiores bandas da história sem dúvida alguma, um dos maiores clássicos que ajudou a moldar o rock e que até hoje, mais de 40 anos depois da morte de seu vocalista) é uma das bandas que ainda mais vende álbuns nos EUA. Viva The Doors e seu som psicodélico, meio blues, meio rock, meio R&B, muito phoda.

Se gostou, tem dúvidas, sugestões, reclamações ou pedidos para fazer para as próximas edições do História do Rock é só deixar aqui nos comentários.

[Filme] Em Chamas (2013)


Os jogos voltaram! Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) está na mira do presidente Snow (Donald Sutherland), e para não morrer, Katniss terá que provar à ele que está totalmente apaixonada por Peeta Mellark (Josh Hutcherson), seu "namorado". Em Chamas é a segunda parte da saga distópica intitulada The Hunger Games, que arrecadou bons milhões de dólares ao redor do mundo com a estória fictícia sobre um futuro próximo, onde a população é dividida, praticamente por classe social: a "capital" (lugar onde vivem os ricos) comanda os distritos (pobres tribos trabalhadores que foram obrigados à todo ano lutarem até à morte em uma arena com outros garotos e garotas de cada distrito. Isto tudo aconteceu por causa de uma "rebelião" que ia contra os comandos da Capital).

Como Katniss e Peeta foram os vencedores da mais recente edição deste terrível jogo, os doze distritos que tem participação neste jogo, ficaram indignados e com raiva por que a regra fora quebrada e dois participantes foram vencedores. Então, sem querer, Katniss se tornou uma esperança para os mais fracos se rebelarem novamente e lutarem conta a Capital.

Mas para evitar que tudo isto aconteça novamente, o Presidente Snow tem uma ideia infalível para "destruir" esta "esperança" dos distritos e, para má sorte dos vencedores das edições antecessores, os Jogos Vorazes está em sua 75ª edição, comemorando o terceiro Massacre Quartenário, e os participantes desta edição serão sorteados entre os vencedores de cada distrito. Isto indica que Katniss terá que ir para a Arena novamente, pois fora a única vencedora feminina que seu distrito já tivera.

Tomada pela insegurança, medo e raiva, Katniss tenta absorver técnicas que serão usadas pelos outros participantes dos jogos, e tenta focar em sua própria, mas os diretores dos jogos não facilitam para o lado dela e, isto gera um ódio maior ainda dentro dela, que se torna a vontade de vencer à qualquer custo os jogos.



Este é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes que eu já vi. Até hoje não consegui terminar de ler o livro Em Chamas, mas creio que este tenha sido bem fiel em relação à estória verdadeira. E mesmo que o final não tenha agradado muita gente, pode ter certeza de que eles farão um ótimo trabalho em A Esperança [que será dividido em duas partes].

Com o elenco maravilhoso, efeito especial nota cem e um enredo de deixar o c* na mão de tanta tensão, Em Chamas, com certeza, é a melhor adaptação cinematográfica já feita (depois da franquia Harry Potter, é claro).