Mais uma semana com o História do Rock aqui para contar mais uma história do rock pra vocês. A banda escolhida hoje é o The Doors.
Tudo começou em 1965 quando James Douglas Morrison (conhecido como o famoso Jim Morrison) encontrou Raymond Daniel Manzarek (Ray Manzarek) na Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA, onde os dois estudavam. Depois de algum tempo de conversa Jim disse que tinha algumas músicas que ele havia composto e Ray insistiu para que Jim as mostrasse para ele. Ray ao ouvir as músicas ficou impressionado e não perdeu tempo em querer montar uma banda com Jim.
Manzarek conhecia outros dois músicos que ele recrutou para a banda, sendo eles John Densmore e Robby Krieger, completando assim a formação daquela que seria uma das maiores bandas da história.
Fato interessante: O The Doors ao contrário da maioria das bandas de rock não possuía o contrabaixo na sua formação já que contava com Jim Morrison nos vocais e gaita, Ray Manzarek nos teclados e órgão, Jon Densmore na bateria e Robby Krieger na guitarra. Em suas apresentações ao vivo quem fazia o som do baixo (ou a base do baixo) era Ray que mantinha essa base com a mão direita em um teclado enquanto a mão esquerda tocava o teclado de fato. Já em estúdio a banda sempre convidava diversos músicos para gravarem as faixas do contrabaixo em seus álbuns.
A banda gravou sua primeira demo em 1965 com seis músicas próprias e que fez um grande sucesso na região onde eles tocavam.
A partir do ano de 1966 a banda começou a fazer suas apresentações mais frequentemente por bares e clubes da região até que um dos produtores de uma gravadora ficou sabendo de uma certa banda que tinha um som sensacional ao vivo. Depois de assistir duas apresentações da banda ele decidiu apresentar uma proposta de contrato para a banda que é claro aceitou a oferta.
Em poucos dias entre agosto e setembro daquele ano o Doors já tinha todo o material pronto para lançar seu primeiro álbum que foi lançado na primeira semana de 1967.
Intitulado apenas como "The Doors" o álbum é considerado por muitos críticos como um dos melhores álbuns de estréia de uma banda de rock. O álbum tinha músicas clássicas como "Light My Fire" e "Break on Through (To the Other Side)", além da gigantesca "The End" e seus mais de 11 minutos. O número de vendas do álbum passa dos 10 milhões de cópias vendidas apenas nos EUA.
Em maio daquele ano a banda fez sua estréia na televisão gravando uma versão de "The End" para a CBC.
Fato interessante: Em setembro de 1967 a banda se apresentou em um dos mais importantes programas televisivos daquela época (e da história também, porque não) o "The Ed Sullivan Show" que era um programa que fazia praticamente todos que lá apareciam famosos. O problema é que teve problema com Jim Morrison. A CBS queria que Jim cantasse uma parte da letra de "Light My Fire" de forma diferente, ou seja, censurada. Jim concordou com a mudança nos bastidores mas na hora da apresentação ele cantou a letra original da música no programa ao vivo o que irritou Ed Sullivan profundamente fazendo com que ele dissesse que o The Doors nunca voltaria a aparecer em seu programa. Quando questionado sobre o que achava sobre essa reação de Ed Sullivan, Jim Morrison teria respondido: "E daí? Nós já tocamos no programa uma vez" (HADOUKEN!!!).
Em outubro de 1967 a banda lançou seu segundo álbum: "Strange Days". Ele não foi tão aclamado pela crítica como o primeiro álbum da banda, mas mesmo assim foi muito elogiado e teve ótimas vendas, com mais de 7 milhões de cópias vendidas nos EUA. Duas das maiores músicas da banda estão neste álbum, "People Are Strange" e "Love Me Two Times", além de outra gigantesca música com quase 11 minutos, a "When the Music's Over".
O sucesso da banda para muitos acabou prejudicando o Doors e sua espontaneidade em cima do palco, por causa do uso da imagem da banda em revistas adolescentes e o status de Jim Morrison como Sex Symbol. Além disso Jim começava a ter problemas com álcool nessa época.
Em 1968 veio o terceiro álbum da banda, "Waiting for the Sun", que é o primeiro da banda a chegar a primeira posição na Billboard 200 e também teve o single "Hello, I Love You" na primeira posição da Billboard Hot 100. Sem dúvida esse single foi um dos maiores sucessos deste álbum, que ainda contava com "Not to Touch the Earth" (inspirada no poema "Celebration of the Lizard" do próprio Jim), "Five to One" e "Love Street".
Apesar do sucesso de vendas do álbum a crítica não perdoou a banda e os acusou de estarem se vendendo ao sair do seu som original para fazer músicas mais comerciais (olha infelizmente eu vou ter que concordar dessa vez, porque esse terceiro álbum não chega nem aos pés dos dois primeiros álbuns da banda).
Fato interessante: O maior sucesso do álbum, "Hello, I Love You" foi acusado de ser uma cópia do sucesso "All Day and All of the Night" da banda The Kinks. Para mostrar isso, o guitarrista do The Kinks várias vezes tocava pedaços da "Hello, I Love You" nos shows da banda quando estavam tocando a música "All Day and All of the Night" (realmente lembra um pouco a música do The Kinks, principalmente pelos vocais).
Nessa época a banda também saiu dos EUA pela primeira vez para se apresentar na Europa.
Fato interessante: Em 1º de março de 1969 o The Doors iria se apresentar no Dinner Key Auditorium em Miami e Jim Morrison havia passado o dia todo bebendo. O teatro estava completamente lotado com estimativas de cerca de 13.000 pessoas lotando o lugar. A banda subiu no palco e Jim Morrison teria dito: "O que vocês querem, façam!" e teria mostrado o seu "pingulinho" para todos ali. Jim acabou preso depois do show por obscenidade e a banda começou a confrontar seu frontman sobre seu problema com álcool depois deste episódio.
Mais um fato interessante: Jim era sempre quem mais tinha destaque dentro da banda, mas ele sempre quis que todos dentro da banda tivessem o mesmo reconhecimento e chegou a se recusar a entrar no palco uma vez quando foram anunciados como "Jim Morrison e o The Doors", fazendo com que o anúncio fosse refeito apenas como "The Doors".
Em julho de 1969 veio o quarto álbum da banda "The Soft Parade" que tem um dos sons mais experimentais do The Doors, contando inclusive com arranjos de trompetes e saxofone em algumas músicas. "Touch Me", "Runnin' Blue" e "Tell All the People" foram os destaques deste álbum que assim como o anterior foi muito criticado pelo afastamento da banda de seu som original.
Em 1970 um álbum da banda voltaria a fazer sucesso. O "Morrison Hotel" que trazia um dos maiores sucessos da banda a música "Roadhouse Blues" e apresentava um som inspirado no Blues durante grande parte das músicas. O álbum foi elogiado pela crítica em geral.
Fato interessante: Jim abandonava a fama de sex symbol nessa época e deixava a barba crescer e engordava bastante.
Em 20 de setembro daquele ano Jim Morrison foi condenado a oito meses de prisão por exposição indecente, mas Jim acabou pagando a fiança e saindo.
Em 1970 também foi lançado o primeiro álbum ao vivo da banda o "Absolutely Live" que foi gravado em um dos shows da turnê da banda. E ainda em 1970 foi lançada a primeira compilação de sucessos da banda, intitulado de "13", pelo fato de ter exatamente 13 faixas.
Nesse ponto o problema de Morrison com o álcool já estava bastante ruim o que complicou as gravações do novo álbum da banda, levando várias semanas para que ficasse pronto.
Finalmente em Abril de 1971 o The Doors se redimiu de vez com o lançamento de "L.A. Woman", um dos maiores clássicos da banda e considerado por muitos como o melhor álbum do Doors. "Love Her Madly" e "Riders on the Storm" são dois dos maiores clássicos da banda que são tocados até hoje em diversas rádios pelo mundo. O estilo do álbum é algo mais voltado para o blues assim como o "Morrison Hotel" que tinha agradado tanto os fãs e crítica.
Depois do lançamento do álbum Jim decidiu tirar férias e ir para Paris com sua namorada.
Fato interessante: A última gravação ainda com vida de Jim foi feita em Paris, quando ele encontrou dois músicos de rua em um bar e os convidou para ir com ele para um estúdio tocar. O resultado foi lançado só em 1996 chamado "The Lost Paris Tapes".
Em 3 de julho de 1971 Jim Morrison foi encontrado morto na banheira de seu apartamento. Até hoje não se tem certeza de como o vocalista teria morrido, sendo a causa mais provável um ataque cardíaco. Existem teorias que também dizem que ele teria morrido em um clube noturno e sido levado para seu apartamento para não levantar suspeitas ou ainda que ele teria simulado a sua morte e fugido para um lugar isolado para fugir da fama (e está morando junto com Elvis Presley provavelmente né).
Jim foi um dos primeiros a entrar na tradição do 27, morrendo aos 27 anos assim como Janis Joplin, Kurt Cobain e mais recentemente Amy casa de vinho.
Depois da morte de Jim o restante da banda cogitou a ideia de substituir o vocalista por um novo (seus insensíveis), surgindo boatos de que o novo vocalista seria Iggy Pop, o que não aconteceu. Ao invés disso Krieger e Manzarek assumiram os vocais da banda lançando ainda mais dois álbuns que não tiveram praticamente destaque algum e baixíssimas vendas, o "Other Voices" e "Full Circle".
Em 1978 foram encontradas algumas sessões de poesia de Jim feitas em 1970 o que originou um novo álbum do The Doors, com Jim Morrison de novo. Intitulado "An American Prayer" o álbum teve boas vendas mas até hoje os críticos não entraram em um acordo sobre a qualidade do álbum e suas poesias consideradas por muitos como estranhas.
Em 1985 foi lançado o "The Best of The Doors" para ganhar um pouco de dinheiro em cima dos fãs com uma compilação dos 19 maiores sucessos da banda.
Em 1991 foi feito o filme "The Doors" que contava com Val Kilmer no papel de Jim Morrison (Batman interpretando Jim Morrison \m/). O filme foi bastante elogiado pela crítica, mas Krieger e Manzarek não gostaram muito de como Jim foi representado, afirmando que o diretor fez com que o cantor parecesse um sociopata descontrolado e que Jim não era daquele jeito (eu não assisti o filme, então não posso opinar, mas se alguém já assistiu e quiser falar dele comenta ai embaixo).
Em 1993 a banda foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame e se apresentou com Eddie Vedder (Pearl Jam) nos vocais cantando "Light My Fire" e "Break on Through".
Desde o meio da década de 1980 até hoje em dia diversas compilações de sucessos da banda foram lançadas assim como diversos Lives e eu não vou citar todos porque são todos de certa forma iguais e feitos apenas para arrancar dinheiro dos fãs da banda.
A partir dos anos 2000 Krieger e Manzarek se reuniram para tentar manter o nome do The Doors vivo contando com diversas participações especiais nos vocais e bateria, mas Densmore acabou processando a banda por uso do nome The Doors. Ele perdeu a causa mas a família de Jim Morrison acabou se juntando com Densmore em um segundo processo e Krieger e Manzarek tiveram que abandonar o nome "The Doors of the 21st Century" que vinha usando, reduzindo para "D21C" e mudando depois para "Riders on the Storm" (eu particularmente acho errado isso ai, os caras fizeram o nome do The Doors e tem tanto direito como Densmore ou a família de Jim de usar o nome The Doors, mas enfim né).
Em abril de 2010 foi lançado o documentário "When You're Strage" que conta a história da banda e é narrado pelo ator Johnny Depp.
Em 20 de maio de 2013 morre o segundo integrante do The Doors, o tecladista Ray Manzarek devido a um câncer que o músico tinha. Manzarek morreu aos 74 anos de idade.
E assim termina a história do The Doors, uma das maiores bandas da história sem dúvida alguma, um dos maiores clássicos que ajudou a moldar o rock e que até hoje, mais de 40 anos depois da morte de seu vocalista) é uma das bandas que ainda mais vende álbuns nos EUA. Viva The Doors e seu som psicodélico, meio blues, meio rock, meio R&B, muito phoda.
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