[Livro] O Homem Que Matou Getúlio Vargas, Jô Soares

Este é um livro que eu me arrependo de não ter lido antes, principalmente enquanto estava na escola.

Mas porque? Simples, por que ele consegue abrir a visão para fatos históricos tidos como "chatos" para que possamos ver com outros olhos, inclusive de forma engraçada e mais real e não como algo abstrato que aconteceu muitos anos atrás.

O livro é uma aula de história do início ao fim, mas essas aulas vão se tornando cada vez melhores com o humor inteligente de Jô Soares (humor que acredito já é conhecido por todos) e as aventuras e desventuras do atrapalhado e obstinado terrorista/anarquista Dimo Borja, filho de um pai sérvio e uma mãe brasileira e com uma estranha anomalia, um indicador a mais em cada mão, ou seja, seis dedos em cada mão, o que é tido como um sinal do destino mostrando que ele será um grande matador, mas que acaba se mostrando algo não tão bom assim na "carreira" do rapaz.

Suas aventuras ao redor do mundo presenciado e fazendo acontecer fatos históricos que são ensinados para nós na escola, como por exemplo, o motivo que desencadeou a Primeira Guerra Mundial, como já citado na sinopse. A ficção se confunde com a realidade no livro e mostra-nos que na verdade um desconhecido dos professores de história é que desencadeou diversos acontecimentos, como a Primeira Guerra, o New Deal, a prisão de Al Capone, a falha na revolta dos camisas verdes no Brasil e a morte de Getúlio Vargas.

Mas aqueles mais entendidos de história perguntam: O que ele pode ter feito, já que Vargas acabou com sua própria vida ao ter que renunciar? Mas é ai que todos se enganam e o livro mostra como foi a verdadeira história da morte de um dos mais famosos políticos brasileiros de todos os tempos (ou pelo menos uma forma mais emocionante dos fatos).

Artistas, bandidos, políticos e pessoas comuns, todos que viveram com Dimo Borja sabem que ele tem um pequeno problema com a sua sorte e que isso geralmente não é muito bom para aqueles que estão por perto dele que sempre acabam "pagando o pato" junto, mas para o leitor pode proporcionar muitas risadas com as trapalhadas de um assassino sem vítimas, a não ser ele próprio.