[História do Rock #2] Queen


Os nerds são figuras que  sempre são exploradas em filmes como sendo de uma grande inteligência mas sem muito carisma ou popularidade com outras pessoas. Agora imaginem uma banda de rock (talvez uma das melhores e mais famosas que ja existiu até hoje) formada por quatro nerds.

A história da banda inglesa Queen começa antes do surgimento da banda em si, quando Brian May (guitarrista e na época um professor de matemática e estudante de ciências) decide formar uma banda e coloca um anúncio no painel da faculdade em que estudava a procura de um baterista para sua banda, que tivesse um estilo parecido com o que era tocado com Jimi Hendrix ou Cream. O resultado foi o encontro entre Brian e Roger Taylor (na época um estudante de biologia) que logo se juntaram e se identificaram musicalmente muito bem. Os dois então encontraram em Tim Staffell um vocalista para sua banda, e então a banda Smile estava formada :D.

Enquanto isso vários baixistas foram passando pela banda, mas nenhum ficava por muito tempo, até que em 1970 a banda acaba com a saída de Tim Staffell que não colocava fé no futuro da banda e decidiu trocar e ir para a banda Humpty Bong.

Brian e Roger acabaram por ficar bastante desanimados e chegaram a cogitar por um tempo a ideia de desistir da música, mas esse baixo astral não durou muito tempo.

Fato interessante: Nesta época Roger trabalhava vendendo roupas e em um stand acabou conhecendo um jovem bastante
teatral e que sempre agia como um astro, mesmo não tendo onde cair morto (foi assim que Roger Taylor o descreveu, só estou reproduzindo suas palavras). O jovem era Frederick Bulsara (nascido na Tanzânia, WTF?) que já era formado em arte e design na faculdade (ele que desenhou o logo da banda, o “Q”coroado) mas na época trabalhava vendendo roupas.

Depois de Freddie (agora Mercury, seu nome artístico) insistir em mudar o nome da banda para Queen (que não foi aceito com muita facilidade pelos outros membros, que ainda não se sentiam divas e poderosas como uma rainha) os três voltaram a ensaiar usando músicas do Smile :D e de antigas bandas de Freddie, mas ainda faltava o quarto membro, o essencial baixo da banda que só foi encontrado em 1971, após o SÉTIMO baixista ser “testado”. John Deacon (formado em eletrônica com nota máxima. Fala sério né, onde eles acharam tantos nerds músicos?) era o nome da última peça para o grupo.

Fato interessante: A banda depois de um ano já tinha material para um álbum, mas ainda não tinha gravadora. E o primeiro álbum da banda veio em uma história bastante interessante. Os jovens acabaram por conseguir um acordo para testar o novo equipamento de som de uma gravadora  gratuitamente para futuros clientes (e assim mostrar seu trabalho para alguém). Os engenheiros de som da gravadora acabaram gostando da sonoridade da banda e indicaram que fossem até a gravadora Trident, onde eles conseguiram assinar um contrato e começaram a gravar seu primeiro álbum enquanto o estúdio não era usado por clientes que pagassem.

O primeiro álbum da banda não alcançou o sucesso esperado, tendo como destaque a música “Keep Yourself Alive” que alcançou o top 40 do Reino Unido (afinal todos sabem que o top 40 do Reino Unido é muito fácil de qualquer banda alcançar com o disco de estréia não é mesmo).

Em 1973 veio o segundo álbum da banda Queen II, que já contava com uma maior influência de Freddie Mercury nas músicas trazendo sons mais melódicos, o que acabou dando  um pouco mais de destaque para a banda, sendo que a música “Seven Seas of Rhye” alcançou o top 10 do Reino Unido.

Fato interessante: Em 1974 a banda começou sua própria turnê pela Inglaterra, onde Freddie Mercury já conseguia chamar bastante atenção pela forma com que se vestia (vamos dizer bastante estranho, mesmo para aquela época em que o Glam começava a fazer certo sucesso).

Ainda no mesmo ano a banda lançou o álbum “Sheer Heart Attack” que continha a música “Killer
Queen” que acabou sendo um sucesso e fez com que as pessoas percebessem que o Queen não era apenas mais uma banda de heavy metal e hard rock da época e tinha muito mais a oferecer. A música ficou em segundo lugar nas paradas da terra da rainha e firmava a banda como um sucesso em seu território, mas era hora de conquistar novos territórios e a banda viajou para cinco shows no novo mundo, na cidade de Nova York (a turnê americana não teve tanto sucesso quanto o esperado, talvez  pelo fato de Freddie Mercury ter ficado sem voz no meio da turnê. Sim ele era humano e podia perder a voz).

Em 1975 veio a confirmação do sucesso da banda com o álbum “A Night at the Opera” que foi o primeiro da banda a vender mais de um milhão de cópias, e mesmo com os críticos tentando destronar a rainha, os fãs apenas aumentavam e a música “Bohemian Rhapsody” (que eram três músicas condensadas em uma) acabou chegando ao topo das paradas de sucesso e permanecendo lá por mais de 17 semanas seguidas (mesmo sendo muito longa para conseguir sucesso de acordo com a crítica “especializada”) e seu vídeo clip foi um dos que deram início a era dos vídeo clips de rock e é considerado um dos melhores e mais influentes de todos os tempos.

Em 1976 o álbum “A Day at the Races” foi lançado contendo canções como “Tie Your Mother Down” até “Somebody to Love” (isso mostrava o quão variavel musicalmente a banda podia ser, caso não entenda veja a tradução das letras destas duas músicas e você entenderá meu ponto) na qual Freddie Mercury impressionava cada vez mais pela complexidade nos vocais e a banda mostrava cada vez mais técnica em suas músicas, o que só fazia o sucesso aumentar, mesmo com a resistência da crítica (percebam que eu sempre elogio muito e demonstro meu amor para com os críticos). Só para descontrair um pouco esses críticos, Freddie decidiu que suas entradas no palco na turnê americana seria com ele vestindo uma camisa de Superman e carregado por dois “fortões” (então ai fica a escolha do leitor de decidir se Freddie Mercury já estava saindo do armário e queria uma desculpa ou se ele só queria “encher o saco” da crítica).

Em 1977 no álbum “News of the World” trouxe duas músicas que seriam sucessos até hoje, sendo
“We are the Champions” muito usada em programas de televisão como reality shows, etc, etc (vocês sabem não é mesmo) e “We Will Rock You” que até hoje em dia ainda é o maior hit em salas de aula sem professor do Brasil e algumas vezes porque não com o professor dentro da sala ainda (quem nunca esteve em uma sala onde os alunos começaram bater na carteira e cantar esta música? Tum tum tá. Tum tum tá. We will, we will rock you!)

Em 1978 o álbum “Jazz” foi lançado (não foi um álbum de jazz, apenas o nome era esse, talvez por ser mais acústico e ter um espirito mas como o de jazz). Não fez tanto sucesso então não vou perder tempo falando sobre ele porque tem muita coisa pra ser escrita (e lida por você no caso).

Anos 80, a banda decidiu que tinha que se reinventar e mudar junto com a década, criando um novo som. No álbum de 1980 intitulado “The Game” são lançadas músicas como “Another One Bites the Dust” que conquistaria as “rádios negras” e “Crazy Little Thing Called Love” que trazia um som no bom e velho estilo Elvis Presley e foi um sucesso muito elogiado, inclusive pela crítica (finalmente!), chegando com ela ao primeiro lugar nas paradas de sucesso norte americanas, pela primeira vez na história da banda, diga-se de passagem.

Ainda em 1980 a banda lançou a trilha sonora do filme “Flash Gordon” que foi um desastre total então não foi mencionar mais nada.

Fato interessante: Em 1981 a banda decidiu visitar América Latina pela primeira vez e acabou entrando para o Guiness Book por conseguir reunir “apenas” 251 MIL PESSOAS  em um show feito em São Paulo (sem comentários).

Se o álbum de 1982 “Hot Space” não foi um grande sucesso mas apresentações continuavam a atrair cada vez mais público e a popularidade da banda continuava a crescer.

A banda então tirou pequenas férias até 1984 quando lançaram o álbum “The Works” para calar a boca
da crítica que já dizia que a banda estava acabada. O álbum foi um sucesso e trazia músicas como “I Want to Break Free” onde os quatro apareciam vestidos de mulher no clip e enquanto arrancava risadas de todos os fãs na Europa (e minha também que moro no Brasil) indignava os norte-americanos (pois todos sabem como o povo dos EUA são puros). O álbum ainda tinha o sucesso “Radio Gaga”. Este álbum é tido por muitos fãs como o melhor feito pela banda devido aos sucessos que vieram nele.

Em 1985 a banda voltou para o Brasil para se apresentar na primeira edição do Rock in Rio, sendo a atração principal e quem forneceu a iluminação para todos os shows que aconteceram no festival, tocando para um público de 250  mil pessoas.

Ainda em 1985 a participação no concerto “Live Aid” (em favor das vítimas da fome na África) foi considerada por muitos como um dos melhores shows da história do rock (simples assim).
Em 1986 a banda lançou o álbum “A Kind of Magic”, mais um sucesso e que teve uma turnê de divulgação na Europa que rendeu estádios lotados (me desculpe a falta de criatividade mas não posso fazer nada se os caras lançavam um sucesso após o outro, virou rotina).

Em 9 de agosto de 1986 a banda se apresentou pela última vez em público no Knebworth Park (eles tentaram se apresentar em Wimbledon, mas o estádio já estava reservado para outro evento e o empresário teve que dar um jeitinho) tendo 140 mil ingressos vendidos em duas horas. Alguns especulam que os integrantes da banda já sabiam que este seria o show de despedida da banda.
Os rumores então sobre a saúde Freddie Mercury que saia cada vez menos de sua mansão em Londres começaram a aparecer e os outros membros sempre desmentiam os boatos dizendo que o vocalista estava apenas cansado do ritmo que as coisas tinham tomado.

Em 1989 a banda lança o álbum “The Miracle” que foi o primeiro trabalho da banda a ser lançado como
LP e CD e foi um sucesso imediato mesmo sem uma turnê de divulgação por parte da banda.

Em 1990 a banda recebeu o prêmio de banda mais influente da década de 1980, mas o que mais chamou a atenção no evento foi a aparência pálida de Freddie que parecia muito debilitado já.

No ano seguinte o último álbum com Freddie ainda vivo veio e foi chamado de “Innuendo” alcançando o topo das paradas imediatamente.

Fato interessante: A canção “The Show Must Go On” foi escrita por Brian May e ele não sabia se seria possível gravá-la devido sua complexidade vocal e o estado já bastante debilitado de Freddie. Dizem que no momento em que Freddie viu a música ele tomou um copo de whisky e entrou no estúdio para começar a gravação (cara, essa é a rainha).

Em 23 de novembro de 1991 Freddie Mercury finalmente admitiu que tinha AIDS e no dia seguinte acabou morrendo em sua mansão. Logo os membros da banda fizeram questão de afirmar que o Queen acabara, já que não havia sentido continuar com a banda sem Freddie Mercury.

Em 1992 um show em homenagem ao “mestre dos palcos”, como era chamado, foi realizado contando com diversas participações indo de Metallica e Guns n’ Roses até Sir Elton John. A declaração talvez mais emocionante tenha sido a de Axl Rose da banda Guns n’ Roses que disse: "Se eu não tivesse conhecido as letras de Freddie Mercury quando era garoto, não sei onde eu estaria hoje. Foi ele quem me ensinou sobre todas as formas de música, e abriu a minha mente. Nunca houve um maior professor em minha vida". Brian May ainda afirmou que este show foi uma espécie de velório para os fãs que puderam se despedir de uma forma que agradasse e homenageasse Freddie Mercury.

Alguns álbuns póstumos foram lançados ainda depois da morte de Freddie Mercury, como “Made in Heaven” (nome bastante sugestivo) gravado com sessões descartadas do álbum de 1991, lançado em 1995.

Em 2005 Brian May e Roger Taylor decidiram fazer alguns shows pela Europa junto com Paul Rodgers para relembrar os fãs da banda que de fato nossa rainha nunca irá morrer e apenas temos que mantê-la viva ecoando a voz do jovem extravagante e polêmico Frederick Bulsara, nosso eterno Freddie Mercury, nosso rei e rainha (sem trocadilho com a homossexualidade dele).

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