História do Rock #40: Muse


Voltamos mais uma semana para ensinar um pouco mais de história para todos os fãs de rock. A banda dessa semana é uma banda relativamente nova e que vem da velha e boa Inglaterra. Hoje no História do Rock temos a banda Muse.

A história da banda tem início no começo da década de 1990 quando o jovem guitarrista e vocalista Matthew Bellamy faz um teste para entrar na nova banda do do seu colega de escola e baterista Dominic Howard. Como estava difícil encontrar um baixista para a banda eles decidiram convidar seu amigo Christopher Wolstenholme para completar a banda com o baixo. O fato é que Chris só aprendeu a tocar o instrumento para entrar na banda, já que ele era um baterista inicialmente.

Fato interessante: Essa história do cara tocar um instrumento e aprender outro só pra entrar na banda me lembrou a história da formação dos também ingleses do Coldplay, só que nesse caso o guitarrista/baixista/pianista aprendeu a tocar bateria. Será que era tão difícil assim encontrar uns músicos nessa Inglaterra da década de 1990?

Inicialmente a banda era levada na brincadeira e foi batizada de Rocket Baby Dolls. Nenhum dos três botava a menor fé que aquela banda com apenas três integrantes e sendo que um estava aprendendo a tocar seu instrumento pudesse chegar a algum lugar.

A história mudou no meio da década, quando eles decidiram se inscrever em uma competição de bandas que haveria na região. Aquilo tudo era uma grande piada e os três chegaram a quebrar seus instrumentos no final das apresentações, numa verdadeira atitude rock n' roll. Acontece que para quem avaliava aquilo não parecia uma piada nem nada do tipo e o Rocket Baby Dolls acabaram como vencedores daquela competição de bandas, para a verdadeira surpresa dos três integrantes. Matt chegou a dizer que só depois daquele momento eles começaram a se levar a sério como músicos.

Após vencer a competição e começar a ver que talvez houvesse um futuro ali para eles na música os três decidiram nem mesmo entrar na faculdade e largar os empregos que tinham para se mudar para outra cidade.

Fato interessante: Como a banda tinha começado a se levar a sério e iam começar a investir de verdade na carreira de músicos decidiram arranjar um nome melhorzinho (porque Rocket Baby Dolls é estranho, pra mim parece nome daquelas boates de strip de filme americano). O nome escolhido foi Muse (pt br: Musa). Essa escolha foi inspirada em uma aula de artes que Matt assistiu e seu professor falava da importância das musas para os artistas (Muses). Os outros dois membros da banda gostaram do nome e pensaram que esse nome seria bom também pelo fato de ser pequeno e fácil de guardar.

Depois de algum tempo se apresentando em todas as casas de shows que conseguiam e acumular um bom número de fãs na região, a banda decidiu ir para cidades maiores da Inglaterra, como Manchester e Londres. Foi em uma das apresentações nas "cidades grandes" que eles conheceram um produtor que se interessou pela música dos rapazes. Depois de uma reunião o Muse conseguiu assinar seu primeiro contrato para gravar um EP.

O primeiro EP da banda foi lançado em 11 de maio de 1998 intitulado apenas "Muse". O EP contava com quatro faixas e fez um sucesso moderado nas regiões onde a banda já era mais conhecida.

Fato interessante: A capa do primeiro EP da banda, assim como o logo que é usado desde 1998 foram ambos desenhados pelo baterista da banda.

No ano seguinte a banda gravou seu segundo EP, "Muscle Museum", pela mesma gravadora e contou com uma tiragem de exatas 999 cópias (não eu não sei porque não foram 1000, provavelmente acabou o dinheiro ou era pra dar sorte, sei lá). Esse EP foi mais bem recebido e teve citações inclusive na famosa revista NME britânica, além de atingir a terceira posição na lista de álbuns independentes na Inglaterra.



Mesmo com um moderado sucesso e com algumas músicas tocando nas rádios inglesas a banda ainda encontrava resistência de gravadoras maiores para financiarem seu álbum. A banda então conseguiu dinheiro para sua primeira pequena excursão pelos EUA e lá eles conseguiram assinar um contrato com uma gravadora um pouco maior.

Em 4 de outubro de 1999 a banda finalmente conseguiu lançar seu primeiro álbum, "Showbiz". O álbum foi muito bem para um estreante chegando a ocupar a 29ª posição na Inglaterra. 

Logo no início de 2000 a banda saiu em turnê acompanhando as bandas Red Hot Chili Peppers e Foo Fighters (coisa pequena só pra começar), pelos EUA além de conseguir tocar em festivais em grande parte da Europa.

Em 2001 a banda voltou para estúdio e começou a gravar seu segundo álbum, agora sim com toda confiança necessária e mais sossegada. Lançado em 17 de julho de 2001 o "Origins of Symmetry" foi um novo passo para a banda e o começo do verdadeiro sucesso. Contando com canções como "Plug in Baby" (nome gay, mas a música é phoda bagarai), "New Born" e uma releitura de "Feeling Good" (e que releitura) o álbum alcançou disco de platina no Reino Unido e ficou em 3º lugar nas paradas britânicas. Matt disse que suas influências para compor as linhas da guitarra do álbum foram Jimi Hendrix e Tom Morello. Outra característica marcante foi o vocal de Matt que ia cada vez mais para o agudo e a base sendo segurada no baixo enquanto a guitarra ficava mais livre para outras coisas (característica muito comum no Queen que é uma das influências declaradas do Muse). Além disso o álbum também trazia muitos outros instrumentos como violinos, teclados e até um mellotron (cara, um mellotron, pqp quem pensa, "puxa essa música tá legal, mas ta faltando alguma coisa. Já sei, vou colocar um mellotron"). 

Fato interessante: O segundo álbum do Muse não saiu nos EUA em 2001 porque a distribuidora americana queria que fossem feitas mudanças nas músicas, principalmente em relação aos agudos de Matt que ele achou que não iriam agradar. Por isso o álbum só seria oficialmente lançado nos EUA em 2005 quando a banda conseguiu uma nova gravadora ( a Warner).

Comentário pessoal: Com tudo isso eu acho que dá pra perceber qual o meu álbum favorito do Muse né?

Com todo o sucesso do "Origin" a banda saiu em uma grande turnê pela Europa e decidiu gravar a sua passagem por Paris lançando o álbum e o DVD conhecido simpaticamente como "Hullabaloo". A versão com o audio apenas conta com dois CDs, o primeiro sendo b-sides da banda e o segundo com a apresentação.

Em 2002 a banda voltou para o estúdio para gravar o "Absolution" que levou vários meses para ser gravado, já que a banda alternava entre apresentações e sessões de gravações. O álbum finalmente foi lançado em setembro de 2003 (a não ser EUA e alguns outros países que só receberam o álbum em 2004). Esse foi o primeiro álbum da banda a trazer músicas que fariam sucesso nos EUA, sendo o maior exemplo disso a música "Hysteria". O álbum trazia a famosa "mistureba", contando com diversos instrumentos para a gravação e recursos o que resultou na "mistureba" (que nesse caso é algo bom).

Depois do lançamento do álbum a banda começou a sua turnê ao redor do mundo e por onde passava lotava seus shows e contou até com um pequeno acidente de Matt na apresentação em Atlanta nos EUA que interrompeu por alguns dias a turnê da banda mas logo recomeçou.

Fato interessante: A banda tocou no Glastonbury Festival em 2004 e o pai de Dominic estava na plateia assistindo o filho em um dos seus melhores momentos e praticamente no auge do sucesso. Uma hora depois da apresentação o pai de Dominic morreu devido a um ataque cardíaco (eu tenho certeza que ele deve ter morrido feliz pra caramba depois de ver o filho na posição que ele estava, afinal qual pai não morreria orgulhoso?).

Depois de alguns dias para se recompor da tragédia Dom e o resto da banda continuaram sua turnê e o último show da turnê foi em Londres onde a banda teve que marcar um show extra devido a grande procura de ingressos e o rápido esgotamento dos mesmos (quem sabe faz ao vivo bicho).

A banda ganhou seu primeiro grande prêmio em 2005 no Brit Awards na categoria melhor performance ao vivo (mais do que merecido porque os caras são muito bons ao vivo).

Ainda em 2005 a banda liberou um DVD "Absolution Tour" que conta com os melhores momentos do show no Glastonbury Festival, algumas fotos exclusivas do show de encerramento da turnê em Londres e duas faixas "escondidas", a "Endlessly" e "Thoughts of a Dying Atheist".

Em julho de 2006 veio o quarto álbum da banda e um dos mais conhecidos: "Black Holes and Revelations". O álbum fez um sucesso ainda maior do que os álbuns anteriores ganhando a primeira posição nas paradas de grande parte da Europa, Reino Unido, Austrália e 9º lugar nos EUA (melhor posição da banda na terra do Tio Sam até então). Só na primeira semana vendeu mais de 115 mil cópias só no Reino Unido e é até hoje o álbum mais vendido do Muse com mais de 3 milhões de cópias vendidas mundialmente. Destaques do álbum para "Supermassive Black Hole", "Starlight" e "Knights of Cydonia".

Comentário pessoal: O álbum é bom demais, as músicas são muito bem feitas mas uma hora o vocal em falsete de Matt acaba irritando um pouco (principalmente se você quer cantar as músicas junto kkkkkkkk). E "Knights of Cydonia" é a melhor música da banda.

A turnê de divulgação do álbum foi gigantesca, tendo início nos EUA, indo para Europa (passando pelo festival de Reeding and Leeds), passando pela Oceania e sudeste asiático e voltando para acabar a turnê na Inglaterra. Um dos melhores shows da banda (e que eu já vi) foi no encerramento da turnê quando a banda tocou no Wembley Stadium, re-inaugurando o estádio depois da sua reforma. (esse show é orgasmático e Wembley deve ter alguma coisa especial porque os shows ali são geralmente os shows de uma vida). Depois a banda fez mais alguns shows, inclusive conseguindo esgotar os ingressos do Madison Square Garden rapidamente.



No meio de 2007 a banda liberou em forma de CD e DVD os dois shows feitos em Wembley com o nome "HAARP", que ganhou disco de ouro em diversos países, incluindo Reino Unido e EUA.

Em fevereiro de 2009 vazaram algumas informações sobre o novo álbum do Muse e conforme o tempo foi passando a banda foi liberando mais informações, como o fato de o álbum ter forte influência de música clássica e o nome do álbum "The Resistance".

Finalmente em setembro daquele 2009 é lançado o "The Resistance" que foi muito bem recebido pela crítica (apesar de alguns falarem que foi algo previsível, o que eu discordo). "Uprising", "Undisclosed Desires" e "Exogenesis: Symphony" são destaques do álbum (acho que a maior surpresa foi "Exogenesis: Symphony" que é uma música que eu não esperaria de uma banda de rock, não que isso seja ruim). "The Resistance" foi o primeiro álbum da banda a ganhar um Grammy, conseguindo "Melhor álbum de rock". O álbum também alcançou sua melhor posição nas paradas americanas chegando ao 3º lugar (além do primeiro em grande parte da Europa e outros países, sem contar é claro o Reino Unido).

A turnê que se seguiu ao lançamento do álbum foi gigantesca (como já era de se esperar) e passou por diversos festivais em diversos países dos cinco continentes, tocando inclusive como banda de abertura do U2 na sua turnê 360º Tour que passou pelo Brasil.

Em março de 2011 a banda se apresentou novamente no festival Reeding and Leeds, tocando todas as músicas do "Origin of Symmetry" em comemoração aos 10 anos do álbum. Ironicamente esse foi um dos últimos shows da turnê do "The Resistance" que acabou mais uma vez na Inglaterra.

Os boatos sobre o novo álbum já haviam começado a surgir lá em 2010 com previsão para 2011, mas só no final de 2011 a banda realmente começou a anunciar seus planos depois de pequenas férias (umas semanas pra dar aquela descansada). Chris falou que o álbum iria trazer algo diferente do que a banda vinha apresentando nos seus três últimos álbuns. Já Matt decidiu bancar o troll, postando no twiter que o álbum seria uma odisséia cristã com elementos de rap e jazz, dubstep com flamenco metal cowboy (esse foi ao melhor estilo HUEHUEHUE BRBRBR hehehehe).



Em outubro 2012 foi lançado o "The 2nd Law" que foi um grande sucesso, aclamado por muitos criticado por alguns poucos. Acho que posso dizer que esse é o álbum mais "pop" da banda (não é bem pop, mas não é rock, entenderam?). "Madness", "Survival" e "Follow Me" foram os três primeiros singles do álbum. O álbum alcançou a 2ª posição na Billboard 200 e o já repetitivo 1º lugar em boa parte da Europa (curiosamente esse é um dos álbuns que eu menos gostei da banda, provavelmente pelo afastamento de estilo do rock, mas o álbum não é ruim, só não me agradou tanto como os primeiros. Como se minha opinião contasse muito hehe).

Como já era costume a banda saiu em uma turnê mundial gigantesca depois do lançamento do álbum, passando inclusive pelo festival Rock in Rio aqui no Brasil em 2013 (sendo a primeira banda que eu parei para assistir do festival e mais uma vez eu digo, esses caras são muito bons ao vivo, meldels).

No final de 2013 foi lançado o CD/DVD ao vivo "Live at Rome Olympic Stadium" gravado em uma apresentação em Roma (a é nada).

Fato interessante: Em 2013 a banda foi convidada a participar de um programa de TV italiano. Até ai tudo bem, mas pouco antes de entrar no palco a banda foi avisada que eles "tocariam" com os instrumentos desligados, ou seja, playback. A banda não podia simplesmente não tocar, mas decidiram trollar legal. Matt assumiu a bateria, Dom foi para o baixo e vocal e Chris ficou com a guitarra e o sintetizador. Os três dublaram um playback com as posições todas trocadas e ao final a apresentadora meio sem graça ainda entrevistou Dom com umas perguntas meio bestas de programa de TV (cara eu ri muito kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, digita lá no youtube "muse tv italia" e clica no primeiro vídeo e assista essa bela dublagem. Depois da apresentação eles explicaram que fizeram isso porque não gostam de "enganar" seus fãs dublando suas próprias músicas e decidiram protestar desse jeito.

A turnê gigantesca da banda atualmente ainda está em curso, mas eles já deram uma previsão de lançamento do novo álbum para 2015 (cara isso sim que é uma banda boa, férias pra que?).

E por aqui termina mais um História do Rock com toda sua imparcialidade de sempre (hehehe) e com mais uma banda que deixa todos os fãs de rock com esperança de que o rock nunca morrerá enquanto existirem bandas novas surgindo (mesmo essa em questão já tendo 20 anos). Espero que tenham gostado e o HdR volta semana que vem nesse mesmo bat canal (não necessariamente no mesmo bat horário).
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