[História do Rock #4] Bon Jovi



Antes de começar a falar sobre a banda Bon Jovi, quero apenas levantar um fato que acabei descobrindo em minhas pesquisas (nada de relevante então se você quiser pode pular para o próximo parágrafo). Jon Bon Jovi nasceu no dia 2 de março assim como eu, então finalmente achei alguém nascido nessa data e estou feliz e apenas estou compartilhando minha felicidade com vocês (eu disse que era uma informação irrelevante kkk). Agora vamos a história.

John Francis Bongiovi Jr. (belo nome não?) ganhou sua primeira guitarra com 7 anos de idade e desde pequeno criou várias bandas com seus amigos de escola. Em uma dessas tentativas ele formou uma banda chamada “Raze” que tocou no show de talentos da escola e, acreditem se quiser, a banda ficou em último lugar (então todos ainda temos uma chance na música, até Bon Jovi já ficou em último).

Após várias bandas que não deram certo, Jon decide tentar aprender mais sobre música trabalhando em uma gravadora, PowerStation Studios, da qual seu primo Tony Bongiovi era co-proprietário. Lá Jon virou uma espécie de faz tudo e pode trabalhar com artistas como Ozzy Osbourne, Michael Jackson, Aerosmith, entre outros que gravaram álbuns naquela gravadora (não é bem trabalhar com eles, mas ele estava lá enquanto os artistas gravavam).

Fato interessante: Entre os intervalos em que o estúdio ficava desocupado, Jon gostava de gravar algumas músicas suas, imaginando como seria um álbum seu.

Finalmente em 1982 Jon decidiu gravar uma fita demo com três músicas suas e chamou seu amigo tecladista David Rashbaum além de contratar os outros músicos para tocar (o guitarrista era Dave “Snake” Sabo, que viria a tocar no Skid Row futuramente).

Depois de gravar as músicas Jon enviou a fita para uma estação de rádio de Long Island e o DJ da rádio acabou gostando tanto de “Runaway” que queria incluir ela em um álbum de novos talentos que seria lançado logo. Jon é claro que aceitou a proposta.

A música virou sucesso instantâneo em todas as rádios e logo Jon tinha duas ofertas de contratos com gravadoras (Atlantic e Polygram).

Mas agora Jon precisava de uma banda com membros fixos (e não contratados para algumas gravações) e ligou para seu amigo David Bryan (teclados) que por sua vez chamou Tico Torres (baterista) e Alec John Such (baixo).

Fato interessante: A entrada de Richie Sambora é um pouco diferente do normal. Depois de ver a banda se apresentando Richie se aproximou de Jon e disse que queria tocar na banda. Inicialmente Jon recusou porque queria continuar com Dave Sabo como guitarrista, mas depois de ver Richie tocando com outra banda acabou se decidindo para que ele fosse o guitarrista da banda.

Fato interessante²: Depois de assinar o primeiro contrato com a “Polygram” a banda ainda não tinha nome e então os membros acabaram fazendo uma brincadeira com o nome do vocalista (Bongiovi – Bon Jovi) que acabou sendo escolhido (desbancando opções como: “Johnny Lightning” e “Victory”).

O primeiro álbum da banda foi lançado em 21 de janeiro de 1984, intitulado “Bon Jovi” (criatividade a flor da pele para nomear um álbum). O álbum acabou sendo sucesso imediato graças principalmente a música “Runaway” que era a primeira faixa do álbum. A banda então começou a abrir shows para bandas como Kiss, Scorpions e ZZ Top, além de fazer diversos shows no Japão. A banda foi um sucesso logo no álbum de estréia.

Infelizmente o sucesso não se repetiu no segundo álbum. Lançado em 1985, "7800º Fahrenheit" acabou não agradando tanto o público ou a crítica e mesmo Jon acabou admitindo mais tarde que o álbum poderia ter sido melhor. Contando com singles como “In and Out of Love”, “Only Lonely” e “The Hardest Part Is The Night” e mesmo com a fraca recepção do público o álbum acabou sendo disco de platina nos EUA.

A banda então começa a compor suas músicas em parceria com Desmond Child (compositor que já tinha trabalhado com Kiss, Aerosmith, Alice Cooper, Scorpions, etc). O resultado da parceria vem no álbum de 1986 "Slippery When Wet" (na minha opinião o melhor da banda até hoje). O álbum elevou a banda a um novo nível de fama no mundo todo, contendo músicas como “Livin' on a Prayer”, “You Give Love a Bad Name”, “Wanted Dead or Alive” e “Never Say Goodbye”. 

Fato interessante: Antes do lançamento do álbum, Jon não queria que a música “Livin on a Prayer” fosse incluída no álbum que só aceitou depois de Richie Sambora ficar "enchendo seu saco" para que a música fosse incluída. A música acabou sendo talvez o maior sucesso da banda e seu clip é o mais exibido da história da MTV (acho que Richie estava certo sobre a música ser boa). A maior diferença da música é o uso do equipamento chamado TalkBox, que é uma espécie de distorção para a guitarra, onde você modula o som que sai dela com a boca por meio de uma “mangueira”, dando o efeito “wah-wah” da música (para ficar mais fácil de imaginar, pense em quando alguém coloca a boca sobre o auto falante do celular, conforme a pessoa abre ou fecha a boca o som muda, a lógica é a mesma com a guitarra).

Durante a turnê de divulgação do álbum (como se fosse necessário mais divulgação com um álbum desse pra fazer sucesso) Jon acabou tendo problemas vocais devido as notas extremamente agudas das músicas (tente cantar “Livin' on a Prayer” na mesma altura que Jon e você vai entender do que eu estou falando). Desde então Jon tem que cantar as músicas em tons mais graves para não terminar de estragar suas cordas vocais (para entender melhor, ele não pode cantar notas muito agudas para não acabar com a voz igual a de Axl Rose atualmente).

O próximo álbum da banda veio logo após o fim da turnê do álbum anterior, já que a banda queria provar para todos que não era uma banda “modinha” e sem talento (vamos entender que o heavy metal e o thrash metal estavam em seu ápice na época, ou seja, músicas de machão e Bon Jovi não era uma dessas bandas, então acabava sendo muito criticada não só pelo visual da banda, que era quase uma volta ao glam, como pelas letras um tanto românticas).

O álbum lançado em 1988, intitulado “New Jersey” acabou estourando fazendo tanto ou mais sucesso que seu anterior e sendo um dos favoritos dos fãs da banda. O álbum continha músicas como “Bad Medicine”, “Born to Be My Baby” e “I'll Be There For You”. O álbum recebeu 7 discos de platina só nos EUA pelas vendas e ficou em primeiro lugar nas paradas de diversos países. O resultado do álbum acabou sendo uma turnê ainda maior e mais exaustiva do que a anterior que acabou gerando diversos conflitos entre os membros da banda que após o fim da turnê decidiu se separar por um tempo.

A banda volta a se reunir apenas em 1992 para lançar o álbum “Keep the Faith” que foi uma mudança significativa para a banda, tanto visualmente (os membros da banda cortaram os cabelos, trocaram as roupas e ficaram “moderninhos” e com mais cara de “hominhos” sem toda aquela "viadagem" que rolava nos primeiros álbuns) como em suas letras que eram mais politizadas e maduras nesse álbum. “Keep the Faith”, “Bed of Roses”, “In These Arms” e “I'll Sleep When I'm Dead” foram os principais sucessos do álbum. O disco recebeu duas certificações de platina e ficou em quinto lugar nas paradas do EUA e em primeiro lugar no Reino Unido.

Em 1994 a banda lança uma coletânea de seus sucessos. Intitulado “Cross Road”, continha duas músicas inéditas, “Always” (que fora feita para trilha sonora do filme “O Sangue de Romeu”, que no caso nunca ouvi falar) e “Someday I'll Be Saturday Night” que teve que ser retirada da MTV brasileira para que outros clips tivessem chance de ser exibidos também (kkkkkk bando de apelão).

Este foi o último álbum com Alec John Such no baixo da banda, que acabou saindo devido ao alcoolismo, abuso de drogas e vários acidentes. O baixista Hugh McDonald entra em seu lugar como membro não oficial (é mais ou menos assim, ele entrou na banda, ele tocava na banda, ele gravava com a banda mas não faz parte da banda).

No ano seguinte (1995 para quem é ruim de conta) a banda lança o álbum “These Days” que era ainda mais crítico do que “Keep the Faith” e tinha letras mais maduras (nossos garotos estavam virando homens). O álbum continha as músicas “These Days” e “This Ain't a Love Song” que foram os maiores sucessos do álbum que recebeu disco de platina nos EUA e ficou em nono lugar nas paradas americanas.

Para divulgação do álbum a banda fez uma turnê mundial passando por países africanos e sul-americanos (inclusive Brasil, fazendo shows em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, sempre com todos os ingressos para seus shows esgotados).

Com o final da turnê os membros da banda decidiram se separar novamente para se dedicarem aos seus projetos pessoais (Bon Jovi não pode fazer uma turnê grande porque acaba nisso).

A banda só voltaria a se reunir depois de cinco anos, lançando em 2000 (prova de que o mundo não acabou em 1999) o álbum “Crush” que recebeu duas certificações de platina e chegou a nona colocação nas paradas norte-americanas. O álbum tinha um dos maiores hits da banda, a música “It's My Life” (que diga-se de passagem eu já vi gente que nem gosta de rock ouvindo essa música) que ganhou o prêmio de vídeo do ano pela VH1 Music Awards e ganhou o grammy de música de rock do ano (no clip dessa música é possível ver Richie Sambora com uma “mangueira” na boca, no bom sentido, aquilo é o anteriormente citado TalkBox que modula o som da guitarra) além da romântica “Thank You For Loving Me” (é bonitinha).

No ano seguinte a banda lança um álbum ao-vivo “One Wild Night Live 1985-2001” com as melhores apresentações da banda ao longo dos anos (um álbum ao-vivo gravado ao longo dos anos).

Em 2002 a banda lança o álbum “Bounce” que tinha hits como “Misunderstood”, “Everyday” e “All Abouting Loving You”. O álbum que foi bastante influenciado pelos ataques de 11 de setembro acabou ficando em segundo lugar nas paradas americanas e recebeu disco de ouro na terra do tio Sam.

Em 2003 a banda lança sua segunda coletânea de músicas, só que desta vez com uma pequena diferença, as músicas foram gravadas com versões completamente diferentes das originais, o que acabou não agradando muito os fãs fazendo com que o álbum ficasse apenas em décimo quarto nas paradas americanas (a pior posição de um álbum da banda desde 1985). E sinceramente, o álbum ficou ruim hein (que porcaria que vocês fizeram).

Fato interessante: Em 2004 um box da banda intitulado “100,000,000 Bon Jovi Fans Can't Be Wrong” para comemorar os 20 anos da banda e “coincidentemente” o número de álbuns vendidos da banda até aquela data era de cerca de 100 milhões (talvez um pouco mais até, mas vamos deixar assim que fica mais bonito).

Fatos interessantes: Em 2005 a banda volta a lançar um álbum de músicas inéditas que teve alguns fatos interessantes e vamos a eles agora (não sei porque eu escrevi isso). O álbum ganhou certificado de platina nos EUA (não é grande novidade para a banda né) e ficou em segundo lugar nas paradas americanas. A música “Who Says You Can't Go Home”, gravada em parceria com Jeniffer Nettles (da banda country Sugarland) foi a primeira música de uma banda de rock a ficar em primeiro nas paradas de música country. A turnê de divulgação do álbum acabou ganhando o prêmio da Billboard de melhor turnê e melhor show (o último da turnê realizado em New Jersey).

Em 2007 a banda decide “apelar”. Seguindo a lógica de que o maior sucesso do álbum anterior foi uma música no estilo country (a melhor foi “Have a Nice Day” e isso não se discute), a banda decide lançar um álbum country. “Lost Highway” acabou sendo sucesso absoluto chegando ao primeiro lugar na Billboard americana (feito que a banda não conseguia desde 1988 com o álbum New Jersey). Mesmo com todo o sucesso o álbum não continha nenhuma música que ficaria imortalizada, tendo o principal destaque para a música que dá nome ao álbum.

Em 2009 a banda lança um documentário “When We Were Beautiful” que mostrava registros da turnê “Lost Highway” que até então tinha sido a mais bem sucedida da banda e comemorava 25 anos de carreira.

Ainda no mesmo ano, para ser mais exato em novembro de 2009, o álbum “The Circle” foi lançado,
voltando ao velho estilo rock que consagrou a banda. “We Weren't Born To Follow”, “When We Were Beautiful” e “Superman Tonight” estavam no álbum sendo que está última ficou no top 5 do canal americano VH1.

Em 2010 tem início a “The Circle Tour”, tendo o primeiro show no Hawai e terminando apenas em 2011 em Portugal.

No meio do caminho a banda passou pelo Brasil novamente (depois de 15 anos né), passando por São Paulo e Rio de Janeiro e nosso escritor aqui do IéL, Fabiano, esteve no show de São Paulo e diga-se de passagem me deixou com muita inveja.

Em março de 2013 a banda lançou seu décimo segundo álbum de estúdio "What About Now" que de acordo com Richie iria juntar diversas experiências da banda ao longo dos anos, mas com certeza iria agradar novos e velhos fãs da banda. O álbum contou com dois singles "Because We Can" e a própria "What About Now".

Em 2013 depois de muita discussão entre Richie Sambora e Jon Bongiovi (além da esposa de Jon) devido aos abusos de álcool de Richie que vinha comprometendo sua carreira, Richei acabou saindo da banda para se tratar e Jon chamou para seu lugar Phil X (e agora não rola mais aquela pegação entre Jon e Richie no palco, graças a Deus).

No Rock in Rio 2013 a banda foi um dos destaques e tocou com um desfalque de última hora, já que o baterista Tico Torres teve que ser internado de última hora por um problema na vesícula, sendo substituído por um velho conhecido da banda, Rich Scannella que fez bonito.

Atualmente a banda continua fazendo shows e ainda não tem definida a data do próximo álbum, mas todos esperamos ansiosamente por ele, afinal Jon acabou de chegar aos 50 e o que são mais 15 ou 20 álbuns para esta banda que já deixou sua marca na história do rock e serve como influência para diversas bandas que vieram depois com seus sucessos intermináveis e energia inesgotável nos palcos e estúdios. Viva Bon Jovi e as misturas de estilos e letras que só eles conseguem fazer dar certo.
Comente:
Aviso: nossos editores/colunistas estão expressando suas opiniões, esperamos que os comentários levem isso em consideração e que sejam construtivos. O espaço é para debate sobre o tema, sobre as críticas e sobre as ideias, não às pessoas por trás delas. Não serão tolerados ataques pessoais, comentários caluniosos, difamatórios, ofensivos, preconceituosos, que sejam de alguma forma prejudiciais ou ainda aqueles que contém propaganda ou spam. Para tratar de assuntos não pertinentes ao post utilize o formulário de contato ou envie email para contato@istoeleitura.com .