[Vire o Disco #7] - If I Had a Heart


Me atrasei mais uma vez, mas foi por um bom motivo ( e porque formatei meu notebook), estamos no Halloween, e se você já parou para ver as resenhas que publico aqui eu adoro todas as coisas terror, então um mês especial para sustos e medo me parece ótimo e tinha que começar ele com Fever Ray.

Fever Ray é mais um desses projetos maravilhosos que acabam e deixam saudades, na verdade é o pseudônimo de carreira solo da Karin Dreijer Andersson, que normalmente se apresenta na dupla sueca The Knife com seu irmão Olof Dreijer, o The Knife tem um estilo pop sintético meio eletrônico que é bem decente, mas não chega aos pés do que Karin faz como Fever Ray.

Fever Ray é, além de um pseudônimo, um álbum que tem uma pegada indie xamânica deliciosa de se ouvir, e If I Had a Heart é, na minha opinião, uma amostra perfeita do que esse álbum é em essência.

A música em sí é um pouco assustadora, e tem uma voz quase monotônica que repete insistentemente que quer mais, e mais... A música gira em torno do desejo sussurrado desta voz, ela diz que isso não vai acabar porque ela sempre quer mais. Ela diz que se tivesse um coação te amaria, se tivesse uma voz cantaria e que quando a noite acabar ela verá o que o amanhã trará. 

Karin aparece fazendo menção a pés balançando em uma janela e se pergunta se um dia eles alcançarão o chão, como eu sou dramático penso logo em suicídio. E depois continua com algumas frases que para mim fazem pouco sentido.

O vídeo é maravilhoso, mostra uma mansão ou algo parecido que aparenta ter sido parte de um culto enorme, corpos estão espalhados por todos os lados, aparentemente sem vida. A voz é como um ser maior que aquilo tudo, gosto de pensar que é a própria casa, enquanto Fever Ray parece ser um ser amaldiçoado, fadada a viver solitária e presenciar a morte (ou velar o sono) de centenas.

Sei que viajo pra caramba nessas coisas, mas adoro. A música é incrível e merece muito ser ouvida, acho que cada um vai interpretar o vídeo de uma maneira distinta (tentando encaixar na história aos outras cenas que não comentei), e a música de outra mais distinta ainda, e pra mim arte é isso, uma coisa que, para cada um tem um significado diferente.

Não se assustem, este post faz parte do especial de halloween.
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