[Fanfic] As Flores do Meu Jardim #2
*Não recomendado para menores de 18 anos*
Capitulo II - O começo
São exatamente 13h30 estou na praça do centro da cidade fazendo lição de casa. Sempre que posso faço lição nesse lugar. Ele me acalma e me ajuda a concentrar no que eu tenho em mãos. Uma vez me viram aqui e falaram que eu era estranha por não escolher um lugar mais calmo e confortavel. Eu ignorei, porque se eu falasse o que veio na minha mente, provavelmente estaria em sérios problemas.
- Sofia? O que você está fazendo aqui? - Viro para trás e olho para o intrometido que acabou de me assustar. O acho meio familiar, mas não lembro onde eu o vi.
- Sim, eu sou Sofia. - digo encarando-o.
- O que você está fazendo aqui? - repete ele.
- Estou fazendo lição de casa. - levanto meu lápis para dar enfaze.
- Legal... Você não está se lembrando de mim, não é? - pergunta ele dando-me um olhar intrigado. Ele não espera minha resposta. - Eu sou o Matheus. Do clube de natação. Lembra agora?
Sim, agora eu me lembro. O Matheus tem o verdadeiro corpo de um atleta: ombros largos, cintura fina e músculos muito bem definidos. Pele bronzeada, olhos azuis e cabelos castanhos. Ele é lindo, mas nunca falei com ele e não é hoje que eu quero falar.
Volto a fazer minha lição e o ignoro. Todas as vezes que eu fiz isso as pessoas iam embora. O que, é claro, não é o caso, porque ele é teimoso o suficiente para sentar-se ao meu lado e ficar olhando as expressões de matematica que eu estou fazendo. Odeio quando as pessoas fazem isso.
Pego todas as coisas no braço, saio do banco em que eu estava e vou para outro vazio do outro lado da praça onde o sol o está castigando. Conco minutos depois Matheus se senta ao meu lado novamente. Começo a me estressar, mesmo que ele queira ser irritante, falta-lhe um motivo para ser tão irritante.
- Posso te ajudar em alguma coisa? - pergunto ainda olhando para o meu caderno.
- Não, obrigado. Só vou ficar por aqui. - responde Matheus.
- E se eu disser que não pode ficar aqui? - estou encarando-o e, na minha imaginação, tirando suas tripas pela narina direita.
- Eu vou responder que quero ficar aqui.
-Por que?
- Porque eu quero ser o ser o seu amigo. - Diz ele exalando sinceridade.
- Que pena. As inscrições para amigo não estão abertas.
-Então vou esperar até que elas estajam abertas.
Ficamos nos encarando por vários segudos até que eu perco o resto da paciencia que restava. Arrumo minha coisas, ou melhor, jogo tudo dentro da minha bolsa e saio andando sem olhar para trás. Vou para o ponto de ônibus que é a dois quarteirões dali. Matheus continua me seguindo, mas não falo nada. O ônibus chega subo e ele continua atrás de mim.
Desço do ônibus e ele ainda me segue. Viro-me para ele.
- Você vai continuar me seguindo o dia todo? - digo entre dentes.
- Não, é que a minha casa é um pouquinho pra frente da sua. Descobri isso esses dias. - acrescenta ele como se tivesse ganhado o prêmio Nobel.
O deixo sozinho e saio quase correndo pra minha casa. Nunca ninguém me irritou tanto quanto hoje. Acho que ele realmente merece o prêmio Nobel de pessoa mais irritante do mundo, mas tenho a impressão de que esse prêmio não existe. Bato todas as portas de casa, chego ao meu quarto e me jogo no chão. Minha mãe não entá em casa, estou sem paciencia para ler e o chão está muito convidativo impedindo-me de fazer qualquer outra coisa...
•••
- Vamos logo pessoa! Todos para o vestiário, fim do treino! - grita o treinador do outro lado da piscina jogando Dominó com o professor de educação física.
As vezes acho que ele é preguiçoso demais e manda os alunos fazerem as coisas porque ele não quer fazer nada. Na verdade, todos o chama de Professro Preguiça, porque ele tem preguiça até de arrumar as calças, que estão sempre caidas e mostrado coisas que ninguém precisava ver. Ainda mais que tudo nela era gordo e peludo.
Alicia me pede ajuda para levar as coisas para o deposito. Ela já está com quatro espaguetes (aquelas bóias compridas) no braço e segurando uma bola. Eu pego mais três espaguetes e nossas roupas e bolsas que estavam ali no chão. Levamos tudo para o deposito e vamos para o vestiário. Ela está tentando puxar assunto e eu estou tentando ignorar tudo o que ela fala, o que, na maioria das vezes, são coisas inúteis ou coisas que eu ja sei.
O que sempre me salva é o chuveiro privado que tem porta e divisória, não deixando ninguém me ver ou tentar falar comigo. Mas hoje não deu muito certo. Logo que entramos Alicia tranca a porta e corre na minha frente me impedindo de entrar no chuveiro privado. Olho pra ela com espanto e fico paralisada, não tenho nem ideia do que ela é capaz de fazer. Tento pegar a chave, mas não consigo.
A única coisa que consigo é uma parede nas minhas costas, uma Alicia com cara de psicopata na minha frente, com os nossos rostos a meros centimetros de distancia, nossa respiração rápida e um sentimento que não reconheço. Não sei como eu fui parar aqui e sei que estou numa bela enrascada.
- Você não vai conseguir sair daqui a não ser que eu queira, Sofia. E enquanto isso, você é toda minha! - diz Alicia toda triunfante.
Nota do autor(a): Eu me senti uma descendente de uma mulher que vive dos prazeres quando terminei esse capítulo. Sei que forcei muito a imaginação e sei os capitulos estão muito curtos, mas acalmem-se, os próximos serão maiores e com muitas sacanagens que se eu contar perde a graça. :P