[Fanfic] As Flores do Meu Jardim #3


* Não recomendado para menores de 18 anos *

Capítulo III - Mudanças


- O... O q... Que você q... Quer? – péssima hora para começar a gaguejar. Estou me odiando por isso.

- Eu só quero uma coisa de você, mas tenho certeza que você não vai querer me dar... Talvez eu deva fazer isso da maneira difícil. De qualquer forma a escolha é sua. – Acho que Alicia está alimentando-se de minha confiança, já que quanto mais aumenta a dela mais a minha diminui. Se eu fosse uma pessoa muito ingênua, até poderia dizer que ela queria alguma coisa que estaria totalmente em meu alcance para dar a ela. O problema é que a situação não chega a ser nenhum pouco ingênua.

Seus olhos estão mais pretos do que dourados e sua boca está mais avermelhada do que o normal. Como ela é mais alta do que eu, estou totalmente prensada contra parede sem nenhuma chance de escapar. Mentira. Eu tenho uma chance de escapar, mas ela é mínima ou como quem preferir quase impossível.

- Acho que eu sei o que você quer. – a mínima chance que eu tenho para escapar despertou meu lado calculista, vou jogar verde para ganhar maduro.

- Sério? Então como exatamente você... – de repente ela parece frágil. Alicia olha para o lado buscando algum tipo de inspiração, e essa é minha chance. Agarro a chave em sua mão esquerda e a empurro com toda a minha força.

Sinto uma pontada no coração o vê-la caída com um olhar desesperado, buscando alguma coisa que eu não sei em meu olhar. Ignoro todo o remorso e a culpa que corroem meu interior vou até a porta destranco, pego minha roupa e vou para o chuveiro privado me trocar. Quando saio não vejo Alicia em lugar nenhum. Apenas um pequeno bilhete:

 Não queria te assustar ou te deixar com raiva. Nunca mais irei fazer isso. Por favor, me perdoe.

Acredito que preciso marcar uma consulta ao psiquiatra para ela. Que doida, uma hora tenta ser uma psicopata e fala coisas sem sentido, na outra é a menina doce e popular da escola que não quer ter inimigos. Isso é confuso demais, até para as mulheres que já são confusas.

*-*

- Matheus, pelo amor de Deus, eu preciso de espaço pessoal. Pelo menos dois metros de diâmetro. – Estou caminhando para a casa do Matheus. Passou-se três dias desde o acontecimento no vestiário. E o meu meio amigo acha que está no direito de arrancar de mim qualquer segredo que eu escondo. É por isso que agora estou indo quase arrastada para a casa do Matheus com seu braço esquerdo sobre meus ombros.

- Por que dois metros de diâmetro? Não sou nenhum monstro para você ficar com medo, então acalme-se porque a tarde será longa e quanto mais você resistir mais você será interrogada ou presa na minha casa. - Vendo minha cara de puro terror ele da uma gargalhada e pende o corpo para frente nunca me soltando. - Acho que você precisa de um pouco de tortura para quebrar essa sua grande armadura.

Andamos mais um pouco e paramos bem na frente de uma casa de dois andares verde claro e com um portão branco de madeira. Tem vários vasos perto do portão e um jardim que ocupa a maior parte da frente da casa. Tem um carro branco na garagem e seu desenho é bem moderno e pela aparência da pintura é um carro bem novo.

A mãe do Matheus é uma mulher baixa, um pouco mais alta que eu. Tem os cabelos dourados com fios grisalhos e usa um avental quadriculado azul. Ofereço minha mãe para cumprimentá-la, mas ela ignora e me da um abraço enorme.

- Bem vinda menina. Seu nome é Sofia , né? O Matheus falou muito de você e de como você é tímida! - Ela tem um sorriso enorme e para não fazer desfeita apenas sorrio e finjo que sou tímida. O Matheus vai se ver comigo depois, ah vai.

- Mãe, não embarace tanto a menina coitada. Ela vai começar a ficar vermelha.

- Tudo bem filho. Vamos, vamos. Subam e fique a vontade Sofia.

- Obrigada. - Falo baixinho para reprimir os verbos nada bonitos que quero falar nesse momento.

Passamos por uma sala muito bem mobiliada com sofás marrom e paredes vermelhar, fora o monte de plantas que existe no ambiente. Subimos as escadas e não tenho tenho para olhar o que tem porque fui arrastada para um quarto cheio de cartazes de bandas de rock, j-rock e k-pop. a cama está uma baderna e tem roupas espalhadas pelo chão. O computador está desligado e está sendo usado como um cabideiro.

- Por favor, não repare na bagunça. - começa Matheus meio sem jeito.

- Tarde demais. - olho de novo tudo ao meu redor e dou uma risadinha baixar. Realmente o quarto dele está pior do que tudo que eu já vi na vida.

Alguns minutos depois começa a tortura. Sou interrogada sobre muitas coisa, mas principalmente se já tive algum namorado ou se já gostei de alguém. Esses assuntos são pessoais e ele não tem o direito de saber, mas como eu nunca fiz nenhuma das coisas disse a verdade.

Preciso confessar que comecei a desconfiar de algumas coisas o tempo que fiquei conversando com ele, ainda desconfio e não tenho certeza se seria sábio ficar perto dele quando não tem mais ninguém por perto. De qualquer forma a missão que o meu "meio" amigo tinha em mente deve ter dado certo, porque não o considero mais um "meio" e sim um amigo. Um irritante, curioso, paciente e determinado amigo.
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