[Fanfic] As Flores do Meu Jardim #5


*Não recomendado para menores de 18 anos*

Cápitulo V - Um mundo novo

Está tudo completamente escuro. Não tenho medo de escuro, mas também não sou muito fã dele. Ando com as mãos na frente pra ver se encontro uma parede ou alguma coisa. Nada.

Ouço um grito estridente de gelar o sangue e todo o pelo do meu corpo se arrepia. Paro de andar e tento me concentrar na minha respiração que está ofegante e entrecortada. Não consigo. Está tudo assustador demais não sei por que. Talvez por causa do grito que acabei de ouvir e estou ouvindo de novo?

Dessa vê eu sei de onde o grito veio e saio correndo em direção ao som. Conforme chego mais perto sinto a vibração no ar por conta do grito que está cada vez mais forte e é quando tudo fica claro. No começo não consigo focar direito em quem está gritando, mas após um momento consigo focar e a pessoa eu está gritando sou eu mesma.

Sinto algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto e de repente sinto que tenho que fugir pra qualquer lugar, mas não sei pra onde...

Estou deitada na cama, com a respiração ofegante e o coração acelerado por causa do pesadelo. E que pesadelo idiota. Nunca pensei que poderia sonhar com alguma coisa desse tipo, mas fazer o que? Quando estou dormindo não consigo controlar tudo.

- Bom dia rebelde. Como passou a noite? – dou um pulo de susto e olho para o lado onde o Matheus está sentado com uma bandeja de café da manhã no colo. Esqueci totalmente que eu não estava no meu quarto, bom, que eu não estava nem na minha casa.

- Bom dia.  – digo sentando-me. – Passei bem levando as circunstancias.

- Importaria de me dizer que circunstancias são essas? – Suspiro.

- Digamos que eu meio que briguei com a minha mãe e a briga foi um pouco mais grave do que o normal. Ai eu decidi sair de casa. Simples.

- Discordo. Não é tão simples assim sair de casa. Você está sem roupas, sem celular, sem nada. Uma briga que fica apenas um pouco mais grave que o normal não termina assim. É sério, Sofia, estou preocupado. O que aconteceu?

Eu nunca gostei muito de pessoa curiosas que não conseguem ficar quietas no seu próprio mundo, mas o que eu estou falando? Desde que eu conheci o Matheus a única coisa que ele fez foi me irritar. Mas sua cara de preocupado é mais tocante do que irritante.

- Você sabe o que minha mãe faz pra trabalhar? – pergunto olhando para minhas mãos.

- Ela é advogada.

- Não, ela é uma prostituta. Pelo que eu sei, ela faz isso desde sempre. Eu nasci de um programa que deu errado e o cara acabou a estuprando. A minha sorte é que ela não pegou AIDS em nenhuma das vezes que ela fez programa. Ou seja, não era pra eu estar aqui. Ela diz que desde que soube que estava grávida ela me amou. Duvido muito... – começo a chorar novamente e me enrolo debaixo do cobertor.

Depois de alguns minutos de choro sinto que alguém está puxando o meu cobertor, tenho certeza que o Matheus. Ele me levanta, me coloca em seu colo e me abraça forte, me dando um consolo que pensei que nunca teria.

- Outra coisa. – digo tentando me desvencilhar de seu abraço – Sua mãe não desconfia de nós dois aqui no quarto sozinhos?

- Você ainda não percebeu? – diz ele com uma pequena risada.

- Ah... Não.

- Eu sou gay florzinha. Gosto de garotos bem bonitos. E você não faz bem meu estilo. Minha mãe sabe disso e confia em mim plenamente.

Fico em choque, nunca pensaria que o Matheus, um cara com todos os atrativos para matar uma garota com um olhar (não que eu ache isso, estou apenas comentando), preferisse homens. A ideia é um pouco mais complexa do que eu gostaria.

- Ah... Mas... Você... – tento dizer alguma coisa, mas não da certo.

- Sem palavras?

- Sim.

- Você não tem nenhum direito de ficar assim, pelo que eu saiba você e a Alicia estão tendo alguma coisa também...

- Claro que não! – retruco rápido demais – É ela que fica me atacando.

- Me engana que eu gosto florzinha.

- Agora posso sair do seu colo?

- Pode sim. Desculpe-me. – ele está sorrindo e é um pouco contagioso, não consigo segurar o sorriso. Parece que falar com ele deixou as coisas mais leves, como se eu tivesse tirado um peso dos meus ombros que não estavam lá.

*-*

Faz uma semana que estou hospedada na casa do Matheus. Na primeira manhã que acordei na sua casa, fui a minha casa pegar algumas roupas. A minha sorte foi que minha mãe não estava em casa, o que evitou um possível confronto.

A Dona Giovanna, mãe do Matheus, me aceitou como se fosse sua filha. Devo dizer que gostei de ter um pouco de amor de mãe pelo menos uma vez, ou pelo menos uma mãe de verdade. Ela me aceitou e me disse para esfriar a cabeça antes de falar com a minha mãe novamente. Ela não pediu um motivo e nem fez nenhuma pergunta sobre o assunto.

Mas é claro que minha vida nunca é fácil e é tudo culpa da Profª Cris. Estou na frente da casa da Alicia porque temos um trabalho pra fazer. E sim. Foi a professora que escolheu as duplas, eu nunca que iria voluntariamente para a toca do lobo.

A Alicia mora numa casa amarela simples, com um jardim bem cuidado e com várias janelas. Olhando uma casa tão bonita é difícil dizer se o que está La dentro é ruim ou não. Segundo os filmes de terror que eu assisti isso quer dizer coisas ruins, mas fazer o que né. Tenho que entrar.

Toco a campainha e espero pelo lobo chamado Alicia
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